17º DOMINGO DO TEMPO
COMUM
Texto: Lc 11, 1 – 13
Dom Samuel OSB
Se Jesus nos diz neste domingo que a quem pede é dado, quem procura há de encontrar e a quem bate abrir-se-lhe-à a porta, por que razão será que não poucos tem batido sem que a porta se abra, tem pedido sem receber o que pedem, tem procurado até com insistência e não tem encontrado?
Baseando-nos em nossas próprias
experiências de pedidos, buscas e batidas, e nas alheias, bem que poderíamos
sentir-nos tentados a perguntar: que é feito da promessa e por que não vemos a
palavra divina realizar-se quando pedimos algo, quando procuramos alguma coisa
de que sentimos necessidade e quando batemos a porta e não a vemos abrir-se? Peço
e recebo, diz alguém desanimado de tanto pedir; outro diz: faz anos que busco e
não acho ou ainda: tenho batido em vão na porta e só a encontro fechada!
Sendo Cristo Deus e a verdade eterna
vinda da parte do Pai ao mundo, não poderia ele de modo algum enganar-nos nem
teria dito: pedi e recebereis, se não quisesse nos dar. Insistirá então alguém:
por que é que peço e não recebo?
Uma primeira resposta que se pode dar
a esta pergunta é a seguinte: porque quem pede nem sempre possui reta fé
necessária para obter aquilo que deseja. A condição fundamental para que alguém
obtenha de Deus aquilo que deseja é que tenha fé, mas como nos ensina o
apóstolo, nem todos a tem.
É comum que certas pessoas só
recorram a Deus como a última tábua de salvação e isso apenas depois de terem
esgotado todos os outros recursos. Em tais casos, por que deveria Deus atender
a tais pedidos?
Uma outra resposta encontramo-la na
carta de São Tiago, em cujo capítulo quarto lê-se: “Pedis e não recebeis,
porque vossos pedidos não visam a nada melhor do que gastar para vossos
prazeres”. (Tg 4, 3)
Há quem peça mal e por isso não
recebe o que pede; há quem procure algo e o não encontre porque não procura o
que convém e quanto aqueles que batem na porta sem que ela se abra não é para se
estranhar que tal aconteça, porque quando batemos em portas erradas, o
resultado só pode ser quebrarmos a cara.
Se pedirmos o que é bom e reto, o que
é agradável a Deus, de modo algum Deus deixará de nos conceder, valendo o mesmo
para quem busca e bate à porta. Disse Cristo: “Eu sou a porta e quem entrar por
mim será salvo”. Batendo nesta divina porta por meio da oração, impossível é
que ela não se abra, pois Deus é fiel e cumpre aquilo que prometeu.
Peçamos a Deus o que nos convém e
ser-nos-à concedido; busquemos o essencial e o encontraremos; batamos na porta
certa e ela nos será aberta. E, se acaso ignoramos o que devemos pedir, o que
devemos buscar e em que porta devemos bater, pela oração imploremos a Deus que
nos esclareça a mente afim de pedirmos bem e buscarmos o que deve ser buscado.
Disse Jesus uma vez: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça.”
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
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