domingo, 27 de julho de 2025

 

17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

                                                                                      Texto: Lc 11, 1 – 13

                                                                                        Dom Samuel OSB


                    

 

Se Jesus nos diz neste domingo que a quem pede é dado, quem procura há de encontrar e a quem bate abrir-se-lhe-à a porta, por que razão será que não poucos tem batido sem que a porta se abra, tem pedido sem receber o que pedem, tem procurado até com insistência e não tem encontrado?

Baseando-nos em nossas próprias experiências de pedidos, buscas e batidas, e nas alheias, bem que poderíamos sentir-nos tentados a perguntar: que é feito da promessa e por que não vemos a palavra divina realizar-se quando pedimos algo, quando procuramos alguma coisa de que sentimos necessidade e quando batemos a porta e não a vemos abrir-se? Peço e recebo, diz alguém desanimado de tanto pedir; outro diz: faz anos que busco e não acho ou ainda: tenho batido em vão na porta e só a encontro fechada!

Sendo Cristo Deus e a verdade eterna vinda da parte do Pai ao mundo, não poderia ele de modo algum enganar-nos nem teria dito: pedi e recebereis, se não quisesse nos dar. Insistirá então alguém: por que é que peço e não recebo?

Uma primeira resposta que se pode dar a esta pergunta é a seguinte: porque quem pede nem sempre possui reta fé necessária para obter aquilo que deseja. A condição fundamental para que alguém obtenha de Deus aquilo que deseja é que tenha fé, mas como nos ensina o apóstolo, nem todos a tem.

É comum que certas pessoas só recorram a Deus como a última tábua de salvação e isso apenas depois de terem esgotado todos os outros recursos. Em tais casos, por que deveria Deus atender a tais pedidos?

Uma outra resposta encontramo-la na carta de São Tiago, em cujo capítulo quarto lê-se: “Pedis e não recebeis, porque vossos pedidos não visam a nada melhor do que gastar para vossos prazeres”. (Tg 4, 3)

Há quem peça mal e por isso não recebe o que pede; há quem procure algo e o não encontre porque não procura o que convém e quanto aqueles que batem na porta sem que ela se abra não é para se estranhar que tal aconteça, porque quando batemos em portas erradas, o resultado só pode ser quebrarmos a cara.

Se pedirmos o que é bom e reto, o que é agradável a Deus, de modo algum Deus deixará de nos conceder, valendo o mesmo para quem busca e bate à porta. Disse Cristo: “Eu sou a porta e quem entrar por mim será salvo”. Batendo nesta divina porta por meio da oração, impossível é que ela não se abra, pois Deus é fiel e cumpre aquilo que prometeu.

Peçamos a Deus o que nos convém e ser-nos-à concedido; busquemos o essencial e o encontraremos; batamos na porta certa e ela nos será aberta. E, se acaso ignoramos o que devemos pedir, o que devemos buscar e em que porta devemos bater, pela oração imploremos a Deus que nos esclareça a mente afim de pedirmos bem e buscarmos o que deve ser buscado. Disse Jesus uma vez: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça.”


Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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