domingo, 12 de outubro de 2025

                                                

                                         FESTA DA PADROEIRA DO BRASIL

                                                                             Dom Samuel, OSB

Neste domingo em que aqui no Brasil se celebra a festividade solene em honra de sua padroeira, o olhar da Igreja e o nosso voltam-se espontânea e naturalmente para a figura singular da bem-aventurada sempre virgem Maria, mãe de nosso Deus e senhora e  mãe nossa.

Se a Escritura divinamente inspirada não nos diz tanta coisa sobre Maria, diz-nos todavia o bastante para nos convencermos, sem experimentar grandes dificuldades, que ela, no plano de salvação levado a cabo por seu Filho, ocupa um lugar destacadíssimo, absolutamente único, razão pela qual a Igreja, a quem Cristo confiou a missão de difundir pelo mundo a verdadeira fé, graças a qual se salva o ser humano, presta-lhe um especial culto de veneração, inferior ao que somente a Deus é devido, mas superior ao que é prestado aos santos.

Por ocasião da celebração do Concílio de Éfeso, ocorrido no já distante ano de 431, Maria foi solenemente proclamada e aclamada como verdadeira mãe de Deus. Atendo-se firmemente as afirmações categóricas contidas em textos inspirados do Novo Testamento, os padres conciliares fixaram a doutrina que ainda hoje é seguida pela Igreja acerca de Maria.

Criatura sim e não deusa, confessa a fé da Igreja católica fundada sobre a profissão de fé do apóstolo Pedro e que tem a Cristo como pedra angular, desde os tempos mais antigos, mas criatura privilegiada na ordem da graça sobrenatural em virtude da missão para a qual Deus desde sempre a destinou.

Está acima de todas as criaturas visíveis e invisíveis aquela em cujo seio santificado o eterno Filho de Deus Pai desposou a nossa natureza humana decaída em Adão para redimi-la. Eleva-se por cima de todos os mortais a mulher a quem o Arcanjo Gabriel saudou como cheia de graça e que obteve o favor da Divindade numa medida que jamais tinha sido concedida a criatura alguma antes dela e nem seria depois.

Foi através do sim desta mulher que o eterno entrou no tempo, que o único imortal assumiu nossa mortalidade para destruir por sua morte a nossa morte, que aquele que nasceu do Pai antes de todos os séculos, nasceu no tempo dela para nos salvar.

Nós, cristãos católicos, de muito bom grado reconhecemos e confessamos que tudo quanto se diga daquela a quem a Igreja nunca deixou de exaltar e invocar com filial confiança, cantando-lhe as admiráveis prerrogativas que lhe foram por Deus concedidas, fica muito abaixo de sua incomparável dignidade.

Mãe do Filho eterno de Deus feito homem no seu seio para a salvação do gênero humano pelo poder do Espírito Santo, e por isso mesmo dita mãe de Deus, Maria pode ajudar aqueles que a invocam com confiança. Ela, que obteve do seu dileto filho seu primeiro milagre, por meio do qual manifestou aos seus, a sua inefável glória de “Verbo que no início estava junto de Deus e era Deus”(Jo 1, 1) já glorificada em corpo e alma no céu e inteiramente unida as três divinas pessoas, continua a ajudar com sua poderosa e materna intercessão o povo que caminha debaixo de sua valiosa proteção para os resplendores da celeste pátria.


Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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