2º Domingo do Tempo Comum
Texto bíblico: Lc 9, 18 – 24
Data: 22 de junho
Dom Samuel Dantas
Ainda
hoje há muitas opiniões desencontradas acerca do Senhor Jesus, exatamente como
no tempo em que ele se dirigiu aos apóstolos perguntando-lhes: “Quem sou eu no
dizer das multidões?” As de hoje, quando
se trata da pergunta capital: quem é Cristo afinal? Continuam a não saber quem
ele é, confundindo-o com um profeta, com um sábio, com um doutrinador moral,
com um revolucionário social ou coisa parecida. No passado como no presente as
multidões dizem e pensam uma coisa de Cristo, mas a Igreja, onde floresce o
Espírito, ensina e confessa, outra bem distinta.
Cristo
não era João, não era Elias nem tampouco qualquer outro profeta milagrosamente
ressuscitado dos mortos!
Dos
lábios de Pedro, a quem o mesmo Cristo confiou as chaves do reino e sobre cuja
solene profissão de fé edificou sua Igreja brotou a resposta correta e
verdadeira: “tu és o Cristo de Deus.” Tu
és, não um servo, mas o filho único e eterno do Pai que te gerou; não és um dos
profetas, mas o rei dos profetas e a luz que os iluminou; tu és aquele cuja
vinda na plenitude dos tempos e cujo retorno glorioso no fim dos tempos os
profetas anunciaram. Eis quem é de fato Cristo. Não se há de confundir a voz
com a palavra, o servo com o senhor, a criatura com o criador, o que é temporal
com aquele que é eterno.
O
Cristo de Deus, cuja divindade Pedro confessou e proclamou em Cesaréia de Filipe,
nos diz neste domingo que quem quer que deseje segui-lo deve renunciar a si mesmo
e tomar sua cruz cada dia. Eis o modo de segui-lo! Quem porventura não estiver
disposto a renunciar a si e a tomar a sua cruz diária não poderá jamais ser seu
discípulo. Talvez seja por não querer fazer nem uma coisa nem outra que muitos
não querem ser cristãos e outros não menos numerosos recusam-se a sê-lo.
Trata-se
de renunciar de maneira radical e definitiva tudo aquilo a que estamos apegados:
nossos pecados, nossos vícios favoritos, afeições desordenadas e perigosas,
nossos muitos excessos, aos quais habitualmente nos entregamos, a esse mundo
perverso e pecaminoso que jaz no maligno.
O
apóstolo Paulo exorta-nos a que rejeitemos as obras das trevas. Renunciemos,
pois, com vontade firme e decidida aquilo que não é de Deus, que não vem de
Deus e que a ele não nos pode conduzir. Diz-nos ainda o mesmo apóstolo: “fazei
morrer em vós tudo o que pertence a terra”, isto é, renunciai a tudo quanto vos
pode afastar de Deus.
Quanto
a tomar a sua cruz, quer dizer carregar com paciência o fardo pesado e difícil
desta triste vida mortal com tudo o que está contido nela: aflições,
dificuldades, incompreensões, perseguições, calúnia, ódio e outras tantas
coisas incômodas das quais este mundo
está cheio.
Cristo
despojou-se de si mesmo tomando a forma de servo, além de ter carregado uma
cruz verdadeira tendo nela sido crucificado por causa de nós pecadores e para
nos salvar. Deu-nos ele mesmo o exemplo afim de que, renunciando a nós e
abraçando com fé e por amor a ele nossa cruz e quanto ela implica sejamos seus
servos e discípulos. Ajude-nos nesta renúncia e neste carregar o que ele
prometeu aos que assim o fizessem!
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
Nenhum comentário:
Postar um comentário