sábado, 21 de junho de 2025

                           




                
 Domingo do Tempo Comum

                                                                           Texto bíblico: Lc 9, 18 – 24

                                                                                      Data: 22 de junho

                                                                                   Dom Samuel Dantas

 

Ainda hoje há muitas opiniões desencontradas acerca do Senhor Jesus, exatamente como no tempo em que ele se dirigiu aos apóstolos perguntando-lhes: “Quem sou eu no dizer das multidões?”  As de hoje, quando se trata da pergunta capital: quem é Cristo afinal? Continuam a não saber quem ele é, confundindo-o com um profeta, com um sábio, com um doutrinador moral, com um revolucionário social ou coisa parecida. No passado como no presente as multidões dizem e pensam uma coisa de Cristo, mas a Igreja, onde floresce o Espírito, ensina e confessa, outra bem distinta.

Cristo não era João, não era Elias nem tampouco qualquer outro profeta milagrosamente ressuscitado dos mortos!

Dos lábios de Pedro, a quem o mesmo Cristo confiou as chaves do reino e sobre cuja solene profissão de fé edificou sua Igreja brotou a resposta correta e verdadeira: “tu és o Cristo de Deus.”  Tu és, não um servo, mas o filho único e eterno do Pai que te gerou; não és um dos profetas, mas o rei dos profetas e a luz que os iluminou; tu és aquele cuja vinda na plenitude dos tempos e cujo retorno glorioso no fim dos tempos os profetas anunciaram. Eis quem é de fato Cristo. Não se há de confundir a voz com a palavra, o servo com o senhor, a criatura com o criador, o que é temporal com aquele que é eterno.

O Cristo de Deus, cuja divindade Pedro confessou e proclamou em Cesaréia de Filipe, nos diz neste domingo que quem quer que deseje segui-lo deve renunciar a si mesmo e tomar sua cruz cada dia. Eis o modo de segui-lo! Quem porventura não estiver disposto a renunciar a si e a tomar a sua cruz diária não poderá jamais ser seu discípulo. Talvez seja por não querer fazer nem uma coisa nem outra que muitos não querem ser cristãos e outros não menos numerosos recusam-se a sê-lo.

Trata-se de renunciar de maneira radical e definitiva tudo aquilo a que estamos apegados: nossos pecados, nossos vícios favoritos, afeições desordenadas e perigosas, nossos muitos excessos, aos quais habitualmente nos entregamos, a esse mundo perverso e pecaminoso que jaz no maligno.

O apóstolo Paulo exorta-nos a que rejeitemos as obras das trevas. Renunciemos, pois, com vontade firme e decidida aquilo que não é de Deus, que não vem de Deus e que a ele não nos pode conduzir. Diz-nos ainda o mesmo apóstolo: “fazei morrer em vós tudo o que pertence a terra”, isto é, renunciai a tudo quanto vos pode afastar de Deus.

Quanto a tomar a sua cruz, quer dizer carregar com paciência o fardo pesado e difícil desta triste vida mortal com tudo o que está contido nela: aflições, dificuldades, incompreensões, perseguições, calúnia, ódio e outras tantas coisas incômodas das quais  este mundo está cheio.

Cristo despojou-se de si mesmo tomando a forma de servo, além de ter carregado uma cruz verdadeira tendo nela sido crucificado por causa de nós pecadores e para nos salvar. Deu-nos ele mesmo o exemplo afim de que, renunciando a nós e abraçando com fé e por amor a ele nossa cruz e quanto ela implica sejamos seus servos e discípulos. Ajude-nos nesta renúncia e neste carregar o que ele prometeu aos que assim o fizessem!


Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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