quarta-feira, 12 de novembro de 2025
2ª Passagem da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima por Juazeiro e região do Cariri
Registros da primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Juazeiro do Norte, em 1953.
domingo, 9 de novembro de 2025
DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO
Texto bíblico: Jo 2, 13 –
22
Data: 9 de novembro
Dom Samuel OSB
Celebra-se
hoje a dedicação da Basílica do Latrão, construída pelo imperador Constantino,
mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade de Roma e do mundo, catedral do
Papa.
Se
a Igreja universal celebra festivamente a igreja do Papa, sucessor de Pedro,
parece-me que seria muito natural que a passagem evangélica deste domingo fosse
aquela em que Cristo disse a Pedro que sobre ele edificaria a sua igreja,
dando-lhe então de maneira simbólica as chaves do reino dos céus. No entanto, a
Igreja põe diante dos nossos olhos a passagem que refere a expulsão dos
vendilhões que haviam convertido o templo de Jerusalém, figura da Igreja, num
antro de bandidos.
Aparentemente,
pois, o texto proposto parece impróprio para a festa que hoje se celebra. Se,
todavia, olharmos para a história da Igreja, não podemos deixar de reconhecer
que em certos momentos sombrios convém-lhe.
Jesus,
tendo feito um chicote com cordas, expulsou do templo vendedores de bois, de
pombas e de ovelhas bem como a cambistas que ali se haviam instalados,
espalhando o dinheiro e derrubando suas mesas.
Facilmente
se compreende esta atitude de Jesus se se pensa em quem ele era e se consideramos
o que o templo, em cujo interior absurdos estavam ocorrendo – significava à
época. Se o templo era dedicado e consagrado a Deus, e sendo Jesus Deus, era
muito natural que se indignasse com o que nele estava ocorrendo.
Lê-se
no 23º capítulo do segundo livro dos Reis que o pio rei Josias “ordenou ao sumo
sacerdote, aos segundos sacerdotes e aos guardas do limiar que mandassem
retirar do templo do Senhor todos os objetos fabricados em honra de baal, de
Asherá e de todo o exército celeste”. (2Rs 23, 4) Se pois, um rei mortal,
ordenou que assim se fizesse, porque não convinha que certas coisas estivessem
num espaço reservado e dedicado ao culto do único e verdadeiro Deus, o que havia de fazer o
homem-Deus quando encontrou o templo que também lhe era dedicado infestado de
compradores e vendedores senão o que fez?
Não
nos deve causar nenhuma estranheza que Cristo tenha encontrado no templo de
Jerusalém, vendedores e cambistas, porque em sua Igreja, nas épocas mais
sombrias, haveria vendedores e compradores de dignidades eclesiásticas, sem
excluir a maior delas.
Quem
conhece um pouco da história da Igreja, o novo templo de Deus, a construção
espiritual erguida por Cristo para nela habitar e por meio dela iluminar e
santificar o mundo, não ignora que no passado houve quem a quisesse converter
numa casa de negócios. Dentro dela muita coisa foi comprada e muita coisa foi
vendida a preço de ouro ou quem sabe até por preço módico!
Sabemos
pelo Segundo livro dos Macabeus que dois homens indignos compraram por dinheiro
a dignidade de sumo sacerdote. Se tais coisas indecentes sucederam no seio do
povo da primitiva aliança, também ocorreram na história da Igreja que o Senhor
Jesus fundou.
O
evangelista Lucas relata nos Atos dos Apóstolos que um certo Simão quis comprar
com dinheiro o dom de Deus, que é o Espírito Santo, para que aqueles a quem ele
impusesse as mãos o recebessem. “Mas Simão, quando viu que o Espírito Santo era
dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro. Concedei-me,
disse, a mim também este poder, afim de que aqueles a quem eu impuser as mãos
recebam o Espírito Santo”. (Atos, cap. 8, v. 18 – 19)
Quando
o Senhor Jesus expulsou com um chicote de cordas as pessoas que comercializavam
no templo apenas fez o que era preciso fazer. Agiu como Deus ofendido pela
depravação humana!
Escreveu
o apóstolo Paulo: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós? Se alguém destrói o
templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e esse templo
sois vós”. (1Cor 3, 16 – 17). É certo que neste templo que somos nós há sem
dúvida vendedores de bois, de pombas e cambistas, isto é, orgulho, vaidade,
ambição, maledicência, falsidade, para só ficarmos com algumas coisas de que
todos nós estamos cheios. Roguemos, pois, a Cristo, que outrora entrou no
templo de Jerusalém, que entre no templo que somos nós e dele expulse tudo o que
de menos digno aí encontrar. Entra Senhor, nós te pedimos e expulsa com teu
divino poder quem nos tem prejudicado. Aqueles homens converteram o templo de
Deus em um antro de bandidos. Nós, porém, podemos converter o templo de Deus
que somos nós em algo incomparavelmente pior.
Cuidemos
com desvelo deste templo que somos nós para que não nos suceda se torne ele um
covil de ladrões, um antro de bandidos!
Se
Jesus, sempre tão manso e tão misericordioso chegou a fazer uso do chicote,
derrubando mesas e expulsando aqueles homens do templo, o que não deve ter
sentido quando viu com seu divino olhar que tudo abarca homens no interior de
sua Igreja comprando e vendendo! Se Jesus expulsou do templo de Jerusalém
homens que compravam e vendiam animais irracionais, que não fará ele com
aqueles que talvez pensem no seu íntimo que a casa de oração para todos os
povos não passa talvez de um balcão de negócios onde tudo pode ser comprado e
vendido por dinheiro? O templo de Deus, isto é, a sua Igreja, é santo e como lugar
santo, onde Deus habita, há de ser respeitado.
Postado por Terezaq Neuma Macedo Marques.
sábado, 8 de novembro de 2025
Concurso : Altares de fé e devoção
Programação do Jubileu Mariano Diocesano e a inauguração do Monumento de Nossa Senhora de Fátima, em Crato.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
Muita gente está vibrando com a reconciliação da Igreja com o Padre Cícero, anunciada domingo passado pelo Bispo do Crato, e já pensa em sua beatificação. É claro que a Diocese do Crato não está pensando nisso, pelo menos por enquanto. Mas que o caminha agora está aberto, disso não há a menor dúvida. Antes e durante mais de um século com a pecha de punido com a suspensão de ordens e banido da Igreja como embusteiro, seu nome jamais poderia compor uma lista para uma possível beatificação. Dentro desse contexto era absolutamente impossível. Porém, doravante com a ficha limpa na Igreja que finalmente reconheceu e agora exalta as suas virtudes e o apresenta como modelo, tudo fica mais fácil e é possível, sim, se pensar, mais tarde na sua beatificação. É prudente ninguém alimentar esperança de que isso aconteça logo, pois lá no Vaticano, como se sabe, parece que os cardeais não costumam primar pela rapidez em suas decisões. Mas por outro lado, não será bom cultivar o pessimismo nem descartar nenhuma possibilidade, pois como o Papa Francisco é imprevisível pode haver alguma surpresa. Se depender de milagres, dizem os devotos mais ardorosos do Padre Cícero, não vai ter problema algum porque eles são abundantes e não será difícil comprová-los. Dom Fernando certamente já deve estar prevenido porque sabe que, se a cobrança da reabilitação depois consumada em reconciliação foi intensa, mais ainda o será quando a beatificação porventura estiver em curso. Na verdade, como é visível, os devotos do Padre Cícero só vão sossegar mesmo, quando ele for canonizado, com direito a altar nas igrejas, pois de fato é como tal que muitos sempre o consideram. Na minha opinião, a reconciliação do Padre Cícero abre caminho para sua beatificação que depois abrirá caminho para sua canonização. A resposta a isso só o tempo dirá.
“Reabilitação é recuperação de ordens que estavam suspensas. Reconciliação
é apagar qualquer oposição a ação do Padre Cícero. A Diocese de Crato deu
entrada ao processo de reabilitação pelo fato de o Padre Cícero ter morrido
suspenso de ordem, porém como o padre já havia falecido e as punições cessadas,
não tinha o que o Papa reabilitar. A Reconciliação é mais ampla que a
Reabilitação pois, é uma aceitação e reconhecimento dos frutos feitos através
das romarias e devoção ao padre Cícero, propiciando uma maior aproximação dos
romeiros com toda a Igreja Católica”
Daniel Walker, escritor e pesquisador
da vida do Padre Cícero, em agosto de 2016.
terça-feira, 4 de novembro de 2025
REFLEXÃO SOBRE FINADOS
Dom Samuel, OSB
A santa Igreja, porém, instruída pelo que o
Deus Trindade lhe revelou acerca desta coisa misteriosa que desde os distantes
primórdios da humanidade inquieta e preocupa os seres humanos, mesmo os que
preferem não pensar nela de modo algum, empurrando-a para debaixo do tapete,
nos ensina que a morte entrou neste mundo por causa da inveja do diabo assim
como pelo pecado de Adão. A este respeito lê-se no livro da Sabedoria: “Pela
inveja do diabo a morte entrou no mundo.” (Sb 2, 24)
Consumada
a transgressão do primeiro homem no paraíso terreal, Deus lhe disse: “Tu és pó
e ao pó hás de tornar.” Desde este infausto momento, todos os descendentes do
primeiro casal que passou por este mundo nascem inapelavelmente condenados a
morrer, de modo que passados uns poucos anos, o que sucedeu a Eva e a Adão,
sucederá igualmente a cada um de nós.
Faça
alguém o que quiser e fizer, mas ninguém escapará desta palavra da Escritura:
“Ordenado ao homem morrer uma só vez.” (Hb, 9, 27)
Para
os que pensam que com a morte tudo se acaba, nada havendo depois dela, resta
apenas viver, não obstante a precariedade e brevidade da existência mortal.
Quem assim pensa, não se preocupa em viver bem, mas tão somente em viver, seja
lá de que modo for. As consequências de um tal modo de conceber a vida muitos
só as experimentarão quando já não houver mais tempo para se endireitar os
caminhos tortuosos e para se mudar de vida. Quem, todavia, olha para a morte
iluminado pela luz sobrenatural da fé, sabe que precisa, enquanto ainda há
tempo, preocupar-se com três coisas, todas elas ligadas umas as outras. Deve preocupar-se em viver bem para morrer
bem, porque sabe que vivendo bem, morrerá bem e morrendo bem, terá por graça de
Deus uma eternidade feliz.
Foi
pelo pecado que a morte entrou no mundo e é por causa do pecado que o ser
humano morre para Deus e se precipita na ruina eterna, se acaso nele morrer
endurecido, sem arrependimento sincero e verdadeiro.
Neste
dia dois de novembro, devemos sim pensar nos que já foram, naqueles cujas almas
já estão na eternidade, mas convém também pensar que um dia chegará a nossa vez
de sair do tempo e adentrar no além morte, donde nunca mais sairemos.
Se
é forçoso morrer, é sábio e sensato que ao menos de quando em vez, reservemos
um tempo para pensar na morte, pedindo a Deus nos conceda em sua imensa
misericórdia paterna a graça inestimável de uma boa e santa morte, a graça das
graças, segundo juízo de homens doutos e entendidos, e da qual depende nada
mais nada menos do que uma eternidade que tocará a cada um de nós. Não nos esqueçamos, todavia, que para bem
morrer, é preciso viver bem. Eis porque devemos nos esforçar para viver bem, do
que há de resultar uma morte boa e por consequência necessária uma eternidade
felicíssima junto do Pai, do Filho e do Espírito Santo, aos quais sejam dadas
toda honra, glória e louvor agora e pelos séculos dos séculos. Amém.
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques


























