quarta-feira, 12 de novembro de 2025

2ª Passagem da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima por Juazeiro e região do Cariri

Juazeiro do Norte se prepara para viver mais um momento histórico de fé e devoção! Após 72 anos, a cidade volta a receber a Imagem Peregrina Mundial de Nossa Senhora de Fátima, nos dias 10 e 11 de novembro de 2025, como parte da Jornada Mariana Diocesana.
Criada conforme as orientações da Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, a Imagem Peregrina foi coroada em 13 de maio de 1947, em Portugal, e desde então percorre o mundo levando uma mensagem de paz, amor e esperança. Entre 1947 e 2003, a imagem original viajou mais de 630 mil quilômetros, passando por 64 países e tocando o coração de milhões de fiéis.
Em Juazeiro, a Imagem chegou no dia 10 de novembro, às 15h, vinda diretamente de Portugal. A programação inclui visitas a paróquias, hospitais, presídios e instituições sociais da região, com um dos momentos mais esperados sendo a acolhida na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, símbolo vivo da fé do povo nordestino.
imagens: site mãe das Dores, midias sociais, tereza neuma, pautilia ferraz e nicanor araruna

Registros da primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Juazeiro do Norte, em 1953.

Registros da primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Juazeiro do Norte, em 1953.
Entre 1951 e 1954, Juazeiro do Norte viveu três ocasiões marcantes de reverência a Nossa Senhora de Fátima. A primeira foi a construção de uma capela. O terreno, localizado na então Rua Nova (atual Avenida Dr. Floro), em frente à Rua Izabel da Luz, era antigamente o primeiro cemitério da cidade. Amália Xavier, em suas memórias inéditas, recorda que nesse local existia uma capelinha erguida pelo primeiro capelão, padre Pedro Ribeiro da Silva, demolida em 22 de janeiro de 1939. Em seu interior foram sepultados o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e sua esposa, Rosa Josefa do Sacramento. A decisão de construir sobre o antigo cemitério partiu de orientações da saúde pública, que buscavam evitar problemas sanitários causados pela exposição de restos mortais em razão do afundamento do terreno. Lamentavelmente, não houve o devido cuidado para que fossem exumados os ossos do casal fundador de Juazeiro, nem de outras pessoas de famílias importantes do início da povoação. Amália lembra ainda que a imagem de Nossa Senhora das Dores, uma preciosidade que se encontrava na antiga capelinha, foi levada para o Arco da Rua Padre Cícero, para marcar a passagem da imagem peregrina de Fátima.
O terreno pertencia ao patrimônio da Igreja Matriz, e Amália Xavier, então diretora do Ginásio Santa Terezinha, que funcionava ao lado, assumiu o compromisso perante o bispado de construir uma capela para uso das alunas. Em 10 de abril de 1951 foi lançada a pedra fundamental, e em 13 de maio de 1953 o bispo Dom Francisco benzeu a nova Capela, agora em honra de Nossa Senhora de Fátima. Nesse mesmo dia, a imagem chegou a Juazeiro e percorreu a cidade em um carro-andor preparado para o evento, sendo colocada no altar-mor com patrocínio financeiro do casal Maria e Ângelo de Almeida. Num segundo momento, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou novamente a Juazeiro do Norte na tarde de 14 de novembro de 1953, conduzida pelo sacerdote português padre Demontiez. O percurso da imagem entre o Colégio Salesiano e a Igreja Matriz foi uma verdadeira apoteose. O Arco, já mencionado, havia sido construído pelo prefeito José Monteiro de Macedo em 1952, para marcar essa visita. Na ocasião, o momento também serviu como inauguração desse marco. Após ser visitada na Matriz, a imagem seguiu para a Capela do Ginásio e, no dia seguinte, continuou sua peregrinação pelo Brasil. A terceira ocasião ocorreu com a recepção de uma nova imagem vinda de Fátima, destinada ao altar-mor do Santuário que o vigário Monsenhor José Alves de Lima desejava construir. O projeto previa uma concepção arquitetônica arrojada, com três naves superpostas, nas quais seriam colocadas as imagens de Nossa Senhora de Fátima, do Coração Imaculado de Maria e de Nossa Senhora das Dores. Texto: Renato Casimiro para o Portal de Juazeiro.

domingo, 9 de novembro de 2025

 

                  DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO

                                                                  Texto bíblico: Jo 2, 13 – 22

                                                                  Data: 9 de novembro

                                                                  Dom Samuel OSB

Celebra-se hoje a dedicação da Basílica do Latrão, construída pelo imperador Constantino, mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade de Roma e do mundo, catedral do Papa.

Se a Igreja universal celebra festivamente a igreja do Papa, sucessor de Pedro, parece-me que seria muito natural que a passagem evangélica deste domingo fosse aquela em que Cristo disse a Pedro que sobre ele edificaria a sua igreja, dando-lhe então de maneira simbólica as chaves do reino dos céus. No entanto, a Igreja põe diante dos nossos olhos a passagem que refere a expulsão dos vendilhões que haviam convertido o templo de Jerusalém, figura da Igreja, num antro de bandidos.

Aparentemente, pois, o texto proposto parece impróprio para a festa que hoje se celebra. Se, todavia, olharmos para a história da Igreja, não podemos deixar de reconhecer que em certos momentos sombrios convém-lhe.

Jesus, tendo feito um chicote com cordas, expulsou do templo vendedores de bois, de pombas e de ovelhas bem como a cambistas que ali se haviam instalados, espalhando o dinheiro e derrubando suas mesas.

Facilmente se compreende esta atitude de Jesus se se pensa em quem ele era e se consideramos o que o templo, em cujo interior absurdos estavam ocorrendo – significava à época. Se o templo era dedicado e consagrado a Deus, e sendo Jesus Deus, era muito natural que se indignasse com o que nele estava ocorrendo.

Lê-se no 23º capítulo do segundo livro dos Reis que o pio rei Josias “ordenou ao sumo sacerdote, aos segundos sacerdotes e aos guardas do limiar que mandassem retirar do templo do Senhor todos os objetos fabricados em honra de baal, de Asherá e de todo o exército celeste”. (2Rs 23, 4) Se pois, um rei mortal, ordenou que assim se fizesse, porque não convinha que certas coisas estivessem num espaço reservado e dedicado ao culto do único e  verdadeiro Deus, o que havia de fazer o homem-Deus quando encontrou o templo que também lhe era dedicado infestado de compradores e vendedores senão o que fez?

Não nos deve causar nenhuma estranheza que Cristo tenha encontrado no templo de Jerusalém, vendedores e cambistas, porque em sua Igreja, nas épocas mais sombrias, haveria vendedores e compradores de dignidades eclesiásticas, sem excluir a maior delas.

Quem conhece um pouco da história da Igreja, o novo templo de Deus, a construção espiritual erguida por Cristo para nela habitar e por meio dela iluminar e santificar o mundo, não ignora que no passado houve quem a quisesse converter numa casa de negócios. Dentro dela muita coisa foi comprada e muita coisa foi vendida a preço de ouro ou quem sabe até por preço módico!

Sabemos pelo Segundo livro dos Macabeus que dois homens indignos compraram por dinheiro a dignidade de sumo sacerdote. Se tais coisas indecentes sucederam no seio do povo da primitiva aliança, também ocorreram na história da Igreja que o Senhor Jesus fundou.

O evangelista Lucas relata nos Atos dos Apóstolos que um certo Simão quis comprar com dinheiro o dom de Deus, que é o Espírito Santo, para que aqueles a quem ele impusesse as mãos o recebessem. “Mas Simão, quando viu que o Espírito Santo era dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro. Concedei-me, disse, a mim também este poder, afim de que aqueles a quem eu impuser as mãos recebam o Espírito Santo”. (Atos, cap. 8, v. 18 – 19)

Quando o Senhor Jesus expulsou com um chicote de cordas as pessoas que comercializavam no templo apenas fez o que era preciso fazer. Agiu como Deus ofendido pela depravação humana!

Escreveu o apóstolo Paulo: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?  Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós”. (1Cor 3, 16 – 17). É certo que neste templo que somos nós há sem dúvida vendedores de bois, de pombas e cambistas, isto é, orgulho, vaidade, ambição, maledicência, falsidade, para só ficarmos com algumas coisas de que todos nós estamos cheios. Roguemos, pois, a Cristo, que outrora entrou no templo de Jerusalém, que entre no templo que somos nós e dele expulse tudo o que de menos digno aí encontrar. Entra Senhor, nós te pedimos e expulsa com teu divino poder quem nos tem prejudicado. Aqueles homens converteram o templo de Deus em um antro de bandidos. Nós, porém, podemos converter o templo de Deus que somos nós em algo incomparavelmente pior.

Cuidemos com desvelo deste templo que somos nós para que não nos suceda se torne ele um covil de ladrões, um antro de bandidos!

Se Jesus, sempre tão manso e tão misericordioso chegou a fazer uso do chicote, derrubando mesas e expulsando aqueles homens do templo, o que não deve ter sentido quando viu com seu divino olhar que tudo abarca homens no interior de sua Igreja comprando e vendendo! Se Jesus expulsou do templo de Jerusalém homens que compravam e vendiam animais irracionais, que não fará ele com aqueles que talvez pensem no seu íntimo que a casa de oração para todos os povos não passa talvez de um balcão de negócios onde tudo pode ser comprado e vendido por dinheiro? O templo de Deus, isto é, a sua Igreja, é santo e como lugar santo, onde Deus habita, há de ser respeitado.

Postado por Terezaq Neuma Macedo Marques.

sábado, 8 de novembro de 2025

Concurso : Altares de fé e devoção

Altares de fé e devoção! A cidade se prepara para viver um momento de fé e beleza com o Concurso Altares de Fé e Devoção, em homenagem à segunda passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima Mundial. No dia 10 de novembro, ruas, casas e comércios se encherão de luz e emoção durante a procissão luminosa, celebrando a união e a espiritualidade do povo juazeirense.
Sem necessidade de inscrição, basta decorar sua fachada, calçada ou estabelecimento e participar desse gesto coletivo de fé e amor à Santa Peregrina. Resultado: 11 de novembro, às 6h, na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores. Fonte: @prefjuazeirodonorte

Programação do Jubileu Mariano Diocesano e a inauguração do Monumento de Nossa Senhora de Fátima, em Crato.

E já o mundo inteiro te venera e considera o amparo seu!” Em comunhão e alegria, a Diocese de Crato vive um tempo de graça e devoção mariana com a celebração do Jubileu Mariano Diocesano e a inauguração do Monumento de Nossa Senhora de Fátima, em Crato. Confira e participe da programação :
Um marco de fé, esperança e consagração, que reúne todo o povo do Cariri sob o olhar amoroso da Virgem Santíssima. 🙏✨ 📅 Confira a programação

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

     


       Depois da reconciliação, fieis agora pedem a beatificação

Muita gente está vibrando com a reconciliação da Igreja com o Padre Cícero, anunciada domingo passado pelo Bispo do Crato, e já pensa em sua beatificação. É claro que a Diocese do Crato não está pensando nisso, pelo menos por enquanto. Mas que o caminha agora está aberto, disso não há a menor dúvida. Antes e durante mais de um século com a pecha de punido com a suspensão de ordens e banido da Igreja como embusteiro, seu nome jamais poderia compor uma lista para uma possível beatificação. Dentro desse contexto era absolutamente impossível. Porém, doravante com a ficha limpa na Igreja que finalmente reconheceu e agora exalta as suas virtudes e o apresenta como modelo, tudo fica mais fácil e é possível, sim, se pensar, mais tarde na sua beatificação. É prudente ninguém alimentar esperança de que isso aconteça logo, pois lá no Vaticano, como se sabe, parece que os cardeais não costumam primar pela rapidez em suas decisões. Mas por outro lado, não será bom cultivar o pessimismo nem descartar nenhuma possibilidade, pois como o Papa Francisco é imprevisível pode haver alguma surpresa. Se depender de milagres, dizem os devotos mais ardorosos do Padre Cícero, não vai ter problema algum porque eles são abundantes e não será difícil comprová-los. Dom Fernando certamente já deve estar prevenido porque sabe que, se a cobrança da reabilitação depois consumada em reconciliação foi intensa, mais ainda o será quando a beatificação porventura estiver em curso. Na verdade, como é visível, os devotos do Padre Cícero só vão sossegar mesmo, quando ele for canonizado, com direito a altar nas igrejas, pois de fato é como tal que muitos sempre o consideram. Na minha opinião, a reconciliação do Padre Cícero abre caminho para sua beatificação que depois abrirá caminho para sua canonização. A resposta a isso só o tempo dirá.

 Agora entendam o que significa a reconciliação do Padre Cícero:

Reabilitação é recuperação de ordens que estavam suspensas. Reconciliação é apagar qualquer oposição a ação do Padre Cícero. A Diocese de Crato deu entrada ao processo de reabilitação pelo fato de o Padre Cícero ter morrido suspenso de ordem, porém como o padre já havia falecido e as punições cessadas, não tinha o que o Papa reabilitar. A Reconciliação é mais ampla que a Reabilitação pois, é uma aceitação e reconhecimento dos frutos feitos através das romarias e devoção ao padre Cícero, propiciando uma maior aproximação dos romeiros com toda a Igreja Católica”

Daniel Walker, escritor e pesquisador da vida do Padre Cícero, em agosto de 2016.

 Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

 

terça-feira, 4 de novembro de 2025

                                   

                REFLEXÃO SOBRE FINADOS

                                                                 Dom Samuel, OSB

   Há quem considere a morte como um problema para o qual não há nenhuma solução, como algo de que ninguém vai escapar.

 A santa Igreja, porém, instruída pelo que o Deus Trindade lhe revelou acerca desta coisa misteriosa que desde os distantes primórdios da humanidade inquieta e preocupa os seres humanos, mesmo os que preferem não pensar nela de modo algum, empurrando-a para debaixo do tapete, nos ensina que a morte entrou neste mundo por causa da inveja do diabo assim como pelo pecado de Adão. A este respeito lê-se no livro da Sabedoria: “Pela inveja do diabo a morte entrou no mundo.” (Sb 2, 24)

Consumada a transgressão do primeiro homem no paraíso terreal, Deus lhe disse: “Tu és pó e ao pó hás de tornar.” Desde este infausto momento, todos os descendentes do primeiro casal que passou por este mundo nascem inapelavelmente condenados a morrer, de modo que passados uns poucos anos, o que sucedeu a Eva e a Adão, sucederá igualmente a cada um de nós.

Faça alguém o que quiser e fizer, mas ninguém escapará desta palavra da Escritura: “Ordenado ao homem morrer uma só vez.” (Hb, 9, 27)

Para os que pensam que com a morte tudo se acaba, nada havendo depois dela, resta apenas viver, não obstante a precariedade e brevidade da existência mortal. Quem assim pensa, não se preocupa em viver bem, mas tão somente em viver, seja lá de que modo for. As consequências de um tal modo de conceber a vida muitos só as experimentarão quando já não houver mais tempo para se endireitar os caminhos tortuosos e para se mudar de vida. Quem, todavia, olha para a morte iluminado pela luz sobrenatural da fé, sabe que precisa, enquanto ainda há tempo, preocupar-se com três coisas, todas elas ligadas umas as outras.  Deve preocupar-se em viver bem para morrer bem, porque sabe que vivendo bem, morrerá bem e morrendo bem, terá por graça de Deus uma eternidade feliz.

Foi pelo pecado que a morte entrou no mundo e é por causa do pecado que o ser humano morre para Deus e se precipita na ruina eterna, se acaso nele morrer endurecido, sem arrependimento sincero e verdadeiro.

Neste dia dois de novembro, devemos sim pensar nos que já foram, naqueles cujas almas já estão na eternidade, mas convém também pensar que um dia chegará a nossa vez de sair do tempo e adentrar no além morte, donde nunca mais sairemos.

Se é forçoso morrer, é sábio e sensato que ao menos de quando em vez, reservemos um tempo para pensar na morte, pedindo a Deus nos conceda em sua imensa misericórdia paterna a graça inestimável de uma boa e santa morte, a graça das graças, segundo juízo de homens doutos e entendidos, e da qual depende nada mais nada menos do que uma eternidade que tocará a cada um de nós.  Não nos esqueçamos, todavia, que para bem morrer, é preciso viver bem. Eis porque devemos nos esforçar para viver bem, do que há de resultar uma morte boa e por consequência necessária uma eternidade felicíssima junto do Pai, do Filho e do Espírito Santo, aos quais sejam dadas toda honra, glória e louvor agora e pelos séculos dos séculos. Amém.

 Salvador, dia 29 de Outubro do ano da graça do Senhor de 2025.

Postado por Tereza Neuma Macedo Marques