QUARTO
DOMINGO DO ADVENTO
Texto
bíblico: Mt 1, 18 – 24
Data:
21 de dezembro
Dom
Samuel Dantas, OSB
A
origem a qual a passagem bíblica dominical se refere é a temporal e histórica,
a partir da qual o que existe desde sempre junto do Pai como seu filho único
começou a existir na condição de verdadeiro homem. Quem de Maria nasceu na
plenitude dos tempos é o mesmo que nasceu do seu eterno Pai antes de todos os
séculos.
Se,
pois, Cristo nasceu de Maria de modo absolutamente singular e único, pois
ninguém a não ser ele foi concebido sem o concurso de varão, claro está, que
ele é mais do que um simples homem. O mesmo raciocínio aplica-se a mãe do filho
único de Deus: se apenas ela concebeu deste modo miraculoso, impossível não
concluir que esta mulher foi uma criatura excelsa e privilegiada. E que prova o
temos disso?
Por
duas vezes o evangelista Mateus escreveu que Maria concebeu pelo poder do
Espírito Santo: “Ora, antes de terem coabitado, achou-se ela grávida por obra
do Espirito Santo”. Logo, não foi por um homem e através de um ser mortal que
ela concebeu. A José, foi dito pelo anjo: “O que foi gerado nela provém do
Espírito Santo”.
No início do seu Evangelho São Lucas diz a
mesma coisa, com a diferença sutil que aí é Maria quem faz a pergunta e recebe
a seguinte resposta: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te
cobrirá com sua sombra”.
A
concordância, pois, entre Mateus e Lucas sobre este ponto é perfeita e total.
Ambos, apresentam a gravidez de Maria como obra do Espírito Santo. Em Mateus
como Revelação feita a José e em Lucas como feita a virgem Maria. Não é, pois,
para se estranhar o que também lemos em um e outro. Em Mateus: “Ela dará a luz
um filho, a quem porás o nome de Jesus, pois é ele quem salvará o seu povo dos
seus pecados”. (Mt 1, 21) Em Lucas: “Eis que engravidarás e darás a luz um
filho e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do
altíssimo”. (Lc 1, 31 – 32)
O
filho, a quem Maria, daria à luz em nossa carne, enquanto filho eterno do Pai
já existia desde sempre junto daquele que eternamente o gerou. O filho nascido
dela com a nossa natureza humana e que recebeu o nome de Jesus, que significa
salvador, já existia antes de se encarnar em seu seio.
Se,
pois, Maria concebeu por obra do Espírito Santo, o qual é Deus, e se o que dela
nasceu segundo a nossa humanidade também o é, digna é ela do especial culto de
veneração que a Igreja lhe presta.
O
anjo a saudou como cheia de graça; sua prima Isabel chamou-a de a mãe do meu
Senhor, e ela própria declarou: “O poderoso fez em mim maravilhas. Todas as
gerações me chamarão bendita”.
Sim,
ó Maria, nós te chamamos bendita, porque o que em ti foi gerado proveio do
Espírito Santo. Nós te chamamos bendita porque aquele que existia desde sempre
no seio do Pai como filho cheio de graça e verdade e por quem nos veio a graça
e a verdade, penetrou em teu seio imaculado e nele assumiu nossa carne para nos
remir e salvar. E todas as gerações te chamariam de bendita porque entre todas
as mulheres da terra tu foste a escolhida para gerar no tempo sem pai humano
aquele que o eterno Pai gerou fora do tempo sem mãe, nosso Senhor Jesus Cristo,
teu filho segundo nossa humanidade e filho do Pai segundo a divindade. A ele
seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
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