sábado, 11 de janeiro de 2025

CELEBRAÇÃO DO BATISMO DO SENHOR

                                                    


                                                    BATISMO DO SENHOR

                                    "Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu benquerer."

                                                       BATISMO DO SENHOR                   

                                                              Texto bíblico: Lc 3, 15-16. 21 e 22.

                                                               Dom Samuel                                                              


A quem o recebe, o Batismo não apenas apaga a culpa original com a qual todos nascem, herdada de Adão, mas o torna filho de Deus. Se assim é, que necessidade tinha de recebe-lo quem não tinha sido atingido pela lepra imunda do pecado de Adão e que ademais disso é desde sempre filho natural de Deus Pai? Jesus não precisava do Batismo, mas qui-lo receber para mostrar-nos que nós precisaríamos dele. Se, pois, a ele submeteu-se não foi porque dele necessitasse, mas para dar-nos exemplo.

Antes de voltar aos céus, Jesus disse aos onze: “Ide, de todas as nações fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28, 19). Jesus declarou ainda: “Quem crer e for batizado será salvo”. (Mc 16, 16), mostrando por meio destas palavras ser o batismo necessário para a salvação.

Pedro ensina-nos que a arca construída por Noé era figura do Batismo “que atualmente vos salva.” (1 Pe 3, 21). No livro dos Atos, lemos que “durante uma refeição com eles, Jesus lhes recomendou que não deixassem Jerusalém, mas esperassem aí a promessa do Pai. João batizava com água, mas vós, é no Espírito Santo que sereis batizados daqui a poucos dias.” (At 1, 4 – 5) Esta passagem está de acordo com o que João nos diz no Evangelho de hoje: “Eu vos batizo com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo e com fogo.” E não foi exatamente o que sucedeu quando aos apóstolos reunidos “lhes apareceu algo como línguas de fogo, que se repartiram e pousou sobre cada um deles?” (At 2, 3). Mais tarde Pedro dirá em Jerusalém: “Eu me lembrei desta declaração do Senhor: João deu o batismo de água, mas vós recebereis o batismo no Espírito Santo.” (At 11, 16) Quando Jesus foi batizado por João, o Espírito desceu sobre ele em forma de pomba. Depois os apóstolos foram batizados com a vinda do Espírito Santo. Tanto João como Jesus e Pedro mostraram a diferença entre o batismo de água, dado por João, e o batismo por meio do qual se recebe o Espírito, que é dado em nome das três divinas pessoas. Quando em certa ocasião perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: que é que nós devemos fazer? Foi-lhes respondido: “Convertei-vos, receba cada um de vós o batismo no nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2, 38)

Em Atos 8, lemos que o mago Simão se tornou crente recebendo o batismo. No mesmo capítulo lê-se que Filipe batizou um eunuco etíope, alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia e São João, no capítulo quarto do seu Evangelho, informa-nos que os discípulos de Jesus batizavam.

Saulo foi batizado por Ananias (At 9, 18) e Pedro deu ordens de batizar pagãos em nome de Cristo. (At 10, 48) Lídia recebeu o batismo das mãos de Paulo, ela e toda a sua casa (At 16, 15) e um certo carcereiro recebeu também ele o batismo com toda a sua família, conforme Atos 16, verso 33.

Quando o filho de Deus encarnado foi batizado por João, cujo batismo de água era inferior ao batismo que depois seria administrado, o Espírito desceu sobre ele em forma de pomba e a voz do Pai fez-se ouvir. Que de mais conveniente que no batismo do Filho se manifestassem as outras duas pessoas – o Pai na voz e o Espírito na pomba – já que os cristãos seriam batizados em nome dos três?

Batizados em nome do Pai que nos criou, do Filho que nos remiu e do Espírito Santo que opera a nossa santificação, tornamo-nos templos da Trindade. Esforcemo-nos, pois, para sermos digno da morada de quem dignou-se habitar em nós. Diz-nos São Paulo na carta aos Gálatas: “Vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” (Gl 3, 28) Diz-nos ainda na carta aos Romanos que “batizados em Cristo, é na sua morte que fomos batizados.” (Rm 6, 3) Revestidos, pois do Senhor Jesus, e batizados em sua santa e redentora morte, vivamos nele, com ele e para ele, afim de que um dia passemos das tristezas deste desterro para as alegrias perenes e imutáveis da pátria da eterna felicidade. Amém.

Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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