segunda-feira, 31 de março de 2025
Eita cariri arretado : SECULT contempla novos Mestres da cultura e no Cariri 6 mestres e um grupo em Missão Velha
O Cariri é um berço de cultura vibrante, onde as tradições se entrelaçam com as novas gerações
ao redor das nossas riquezas naturais, como a imponente Chapada do Araripe.
A Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) divulgou, nesta quinta-feira (13), o resultado do edital “Tesouros Vivos da Cultura do Estado do Ceará – 2024”. A política cultural do Governo do Ceará visa contribuir para o reconhecimento, proteção e valorização dos conhecimentos, fazeres e expressões das culturas populares e tradicionais de nosso estado.
Por meio da Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (Copam), da Secult Ceará, foram selecionados 12 pessoas naturais, dois grupos e uma coletividade. Durante o processo seletivo, 220 inscrições foram validadas, sendo 196 inscritos para a categoria pessoa natural – mestres e mestras da Cultura, 18 para categoria grupos e seis para coletividade.
Esta 13ª edição do edital foi marcada por uma série de inovações como pontuação extra voltada a equidade de gênero e equilíbrio no número de macrorregiões atendidas. Pela primeira vez, a comissão especial de avaliação e seleção contou com dois membros Tesouros Vivos titulados. Esse incremento atende a uma reivindicação coletiva dos próprios Mestres e Mestras junto à Secult Ceará.
>> Confira o documento de apresentação do “Tesouros Vivos da Cultura do Estado do Ceará – 2024”
Outra novidade é que o trabalho de seleção foi realizado por meio de duas etapas, sendo elas “análise técnica” e “entrevistas”. A comissão especial foi formada por Mestra Carla (Tesouro Vivo), Mestra Dylla (Tesouro Vivo) e os membros da sociedade civil Bruno Goulart Machado Silva, Marcelo Renan Oliveira de Souza e Rodrigo Vieira Costa.
“Os Mestres e Mestras da Cultura são reconhecidos como guardiões das tradições, das histórias e de nossa identidade cearense. Atuam ativamente no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações. Damos, boas-vindas aos novos Tesouros Vivos da Cultura”, destacou a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela.
'Tesouros Vivos da Cultura do Estado do Ceará – 2024'. Ao todo, foram selecionadas 12 pessoas naturais,
dois grupos e uma coletividade. Desses, seis pessoas naturais são do Cariri, e, na categoria de grupos,
a Banda Cabaçal São José (Missão Velha)
Novos Mestres e Mestras da Cultura 2024 do Cariri
Maria José Luna de Oliveira – Mestra Mazé (Crato – reisado)
Mestra Mazé Luna tem a vivência com o Reisado desde sua infância, onde recebeu de seu pai Mestre Dedé Luna, o apito e a patente de Mestra de Reisado, um título que honra sua dedicação e talento. Desde então, a mestra tem sido uma força motriz no cenário cultural da cidade do Crato, liderando com paixão e compromisso o Reisado Decolores Mestre Dedé Luna. Seu grupo já levou a alegria e a tradição do Reisado para várias cidades e conta, atualmente, com 30 brincantes e três tocadores.
José Antônio da Silva – Mestre Chico (Crato – luthier)
Mestre Chico, é instrumentista e luthier da cidade do Crato. Iniciou no ofício aos 18 anos na Banda Cabaçal do Mestre Zezéba e na Banda Cabaçal do Mestre Martiniano Pereira. Tocou Caixa até o ano de 1983, quando fundou sua própria banda, a Banda Cabaçal Santo Antônio, onde atua até hoje. Possui 60 anos de atuação e segue sendo importante personalidade junto às bandas cabaçais do Cariri Cearense.
Maria Lúcia Pereira – Lúcia Doceira (Assaré – doceira)
Mestra Lúcia não arreda um passo do trabalho que lhe rendeu sustento e identidade ao longo da vida: a feitura artesanal do doce de cunca de umbu. Em suas andanças em busca de umbuzeiro, a mestra foi ficando conhecida em várias localidades, sobretudo, nas redondezas do sítio São João, no Distrito de Aratama, município de Assaré. Detentora de um saber vivenciado com respeito e dedicação, mesmo alcançando outra condição para o sustento, a mestra ainda vivencia sua prática na feitura do doce.
Raimunda Ana da Silva – Mestra Dinha (Nova Olinda – tecelã)
A tecelagem da lã é uma prática milenar que remonta ao início da civilização e sua evolução no Cariri Cearense passa pelas mãos habilidosas de Mestra Dinha de Nova Olinda. Considerada a última artesã a praticar a Tecelagem na cidade de Nova Olinda, Dinha tem lutado pela preservação e manutenção de seu ofício, através do seu Museu Casa Oficina da Mestra Dinha, onde anualmente recebe mais de 1700 visitantes.
Tarcísio Mendes da Silva – Mestre Tarcísio (Crato – reisado)
Mestre Tarcísio começou suas atividades culturais aos 10 anos em Juazeiro do Norte, participando ativamente do Reisado São Sebastião, do Mestre Sebastião Cosmo, (1982) no qual passou 12 anos. Com sua experiência, passou a ser instrutor de Reisado, ensinando a jovens o ofício do artesanato. Fundou o Reisado São Miguel e hoje é figura importante da Cultura Popular do Cariri, sendo além de Mestre de Reisado, um artesão que produz trajes para diversos grupos.
José Lourenço Gonzaga – José Lourenço (Juazeiro do Norte – xilogravura)
José Lourenço é personalidade de destaque no campo da cultura popular da região do Cariri. Iniciou sua atividade artística ainda criança ajudando o avô Pedro Gonzaga na Tipografia São Francisco em Juazeiro do Norte. Seus trabalhos de xilogravura tiveram início em 1986 e atualmente é assessor artístico e um dos gestores da Lira Nordestina, contribuindo com a memória, a história, a formação e divulgação da Xilogravura do Cariri no Estado do Ceará e por todo o Brasil.
Grupos
Banda Cabaçal São José (Missão Velha)
A Banda Cabaçal São José é uma das mais antigas Bandas Cabaçais do Estado do Ceará e foi fundada por Manoel Ribeiro de Menezes por volta de 1831 no Sítio Santa Tereza em Missão Velha, sendo composta por músicos da comunidade tradicional e familiar, que mantém a tradição viva a quase 200 anos, sendo repassada de pai para filho. A Banda é presença constante nas festas religiosas em honra aos padroeiros de diversos municípios do Cariri Cearense e de outras cidades do Ceará e do Nordeste.
No coração desta terra, que tanto orgulha os caririenses, o título de Tesouros Vivos se apresenta
como um reconhecimento e uma celebração das figuras que, ao longo de suas trajetórias,
se tornaram verdadeiros guardiões da cultura popular.
E, em 2024, mais mestres e mestras da região se uniram a essa rede de preservação cultural,
carregando nas mãos a missão de transmitir e manter vivos os nossos saberes.
fonte: secultce
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