segunda-feira, 14 de abril de 2025
Foi e é por AMOR. Saúde e vida longa Chico!
Não usava a habitual batina branca ou solidéu; vestia calças escuras e uma
camiseta escondida por um cobertor listrado. Não trazia anel, nem mitra, nem ornamentos.
Apenas uma cadeira de rodas, uma mangueira de oxigênio, e o peso invisível da entrega.
Assim, ontem, Francisco adentrou a Basílica de São Pedro, ensinando exemplarmente,
que a força do pastor não está no bastão, mas no coração que mesmo ferido, cansado,
continua a amar e ir ao encontro de suas ovelhas.
Naquela cena, profundamente humana, brilhou a essência do Domingo de Ramos.
Porque ali, como outrora em Jerusalém, um homem entrava em um templo,
não para ser exaltado, mas para lembrar que o Reino de Deus é feito de
glória sem coroa, de poder que se ajoelha, de Messias que chora.
Jesus escolheu um jumentinho. Francisco, uma cadeira.
Ambos, de formas diferentes, desceram do trono, radicalmente despojados.
Ambos escolheram o caminho da vulnerabilidade.
Ambos anunciaram, sem palavras, que Deus prefere a carne exposta à armadura dourada.
No limiar da Semana Santa, essa imagem do Papa — homem entre homens — nos convida a
rever a fé que muitas vezes veste a cruz de ouro e holofotes e esquece o peso da madeira.
Nos convida a seguir um Cristo que não entra em Jerusalém para dominar, mas para
se deixar amar e até mesmo, rejeitar.
Talvez seja essa a santidade de nosso tempo: não a voz que grita nos microfones,
não a que brilha nos altares, mas a que se revela no suspiro cansado de um pastor
que continua caminhando, mesmo quando já não pode andar.
Texto de Gisela Breno.
Ofm Frei Jonas Ribeiro da Silva
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