sábado, 5 de abril de 2025
QUINTO DOMINGO DO TEMPO DA QUARESMA. Texto bíblico: Jo 8, 1 – 11
Texto bíblico: Jo 8, 1 – 11
Data: 6 de Abril
Quem tinha autoridade e poder para condenar a morte por apedrejamento a mulher surpreendida em adultério não o fez, mas dado que também ele a tivesse condenado não teria de modo algum cometido uma injustiça, porque a lei mosaica era clara no tocante ao pecado do adultério: quem nele incorresse devia ser lapidado. Era isso que estava escrito. Os escribas e os fariseus estavam, pois, com a razão quando disseram ao Senhor: “Na lei Moisés prescreveu apedrejar tais mulheres.” Ora, dada a claridade da lei, por que aqueles homens não executaram de imediato a adúltera? A razão pela qual o não fizeram foi porque seu interesse não era tanto a execução da pecadora mas comprometer o salvador no seu falar para ter de que acusa-lo. Não sem razão São João escreveu: “eles falavam assim com a intenção de armar-lhe uma cilada para ter de que acusa-lo.”(Jo 8, 6)
No caso em questão, aparentemente só duas respostas eram possíveis. Se Jesus com eles concordasse, acusá-lo-iam de falta de compaixão para com os pecadores; se porém, a absolvesse, seria acusado de violador da lei, crime não menos grave do que o adultério. Jesus, porém, sem negar a gravidade da falta, nem alterar ou por em questão o que a lei dispunha no tocante a pena de quem nela incorresse, limita-se a perguntar-lhes se ali havia quem nunca tivesse cometido pecado algum.
O texto não o diz de maneira clara, mas é possível que sobretudo os escribas e os fariseus, conhecidos pela sua duplicidade, ou já tivessem adulterado ou vivessem em adultério, ainda que ninguém o soubesse. São João nos diz que foram aqueles homens pérfidos e falsos que trouxeram a mulher, pondo-a no meio do grupo e requerendo a sua condenação. Uns e outros, como ficamos sabendo pelos evangelistas, eram conhecidos por sua hipocrisia, porque condenavam nos outros o que faziam eles mesmos. Jesus proferiu contra eles palavras terríveis: “Ai de vós escribas e fariseus e hipócritas”, disse nosso Senhor várias vezes em certa ocasião.
Se aquela mulher merecia ser condenada, eles, não menos, porque ou tinham sido ou eram adúlteros, ou então cometiam pecados bem mais graves do que o adultério. Que direito pois tinham aqueles também pecadores de condenar a morte uma pecadora? Podia condena-la Jesus que era Deus, não porém eles, que estavam na mesma situação que ela. Só Cristo a podia ter condenado, e se o não fez, foi porque ele mesmo declarou que tinha vindo ao mundo não para condenar mas para salvar e para que os seres humanos tivessem a vida em abundância.
Quando, pois, nos sentirmos tentados a apedrejar alguém apanhado em falta, lembremo-nos dos pecados já cometidos, dos que ainda hoje cometemos e dos que poderemos vir a cometer no futuro. Se Deus não condenou, quem poderia condenar? Se Jesus disse: “eu também não te condeno...vai e não peques mais”, longe de quem o segue esteja condenar e julgar. Se, enfim, quem não tinha pecado algum não atirou pedras, menos ainda há de fazê-lo quem peca e talvez muito.
dom samuel ( osb)
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