25º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Texto Bíblico
Dom Samuel
Instrui-nos Cristo neste domingo sobre um dos grandes ídolos de todos os tempos, o dinheiro, o qual, engana, cega, ensurdece e acaba por corromper o coração de todos os que a ele se apegam excessivamente, tornando quem o possui insensível a Deus e as coisas espirituais. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, é o que nos diz Cristo.
Seria
exagero demonizar o dinheiro, considerando-o inimigo do ser humano e
atribuindo-lhe a responsabilidade direta por tudo que de ruim sucede neste
mundo. Sem tê-lo, como morar bem, como comer bem, como quitar dívidas, como
acessar um bom serviço de saúde, como adquirir bens de que efetivamente
necessitamos, em uma palavra, como viver com um mínimo de dignidade? Não sendo,
pois, o dinheiro, algo diabólico, não se pode, todavia, negar que seja algo
perigoso, principalmente para a eterna salvação da alma, já que tende a afastar
o seu possuidor de Deus.
De
fato, se o dinheiro não fosse em certa medida perigoso, Jesus não teria dito:
“Quão difícil será para os que tem riquezas entrar no reino dos céus!” Em certa ocasião, disse em tom de áspera
censura: “Ai de vós ricos, já tendes a vossa consolação!”
Na
carta de São Tiago, lemos estas palavras a propósito dos endinheirados: “Vós
ricos, chorai em altos brados sobre as desgraças que vos esperam”. Vê-se por
estas palavras que os ricos, por causa do dinheiro, tendem a incorrer em culpas
graves. Na parábola do pobre Lázaro e do rico insensível mostra-nos o Senhor a
alma do rico entregue aos tormentos eternos depois de sua morte.
Deve-se
dizer, todavia, a bem da verdade, que Cristo condena apenas a riqueza mal
adquirida e a sua divinização, e não aquela que é fruto de labor honesto.
Tampouco condena os ricos indistintamente só pelo fato de o serem. Há ricos que nem adoram aquilo que possuem nem
lhe prestam culto.
São
Paulo nos ensina na sua primeira carta a Timóteo: “Os que querem enriquecer
caem na armadilha da tentação, em múltiplos desejos insensatos e perniciosos,
que mergulham os homens na ruína e na perdição.” (1Tm 6, 9) Se, pois os que
querem enriquecer, só por causa deste insensato querer já estão em péssima
situação, em que estado não devem estar os que já são ricos?
Quantos
pecados e excessos deploráveis não são cometidos pelos que possuem bens em
abundância! Quem derrubou Judas foi o dinheiro! Infindáveis foram os crimes que
já foram cometidos e ainda hoje se cometem por causa do dinheiro!
Muitos,
há neste mundo que contam com sua fortuna e se vangloriam de sua grande riqueza.
O salmo 49 nos ensina que “qualquer que seja o preço pago por uma vida, ela
terminará para sempre. Mesmo que um homem se enriqueça e aumente a opulência de
sua casa, ao morrer nada leva consigo e a sua glória não o acompanha”.
As
riquezas aqui hão de ficar, porque “nada trouxemos para este mundo e manifesto
é, que nada dele poderemos levar.” Deus nos adverte que “a riqueza é inútil no
dia da cólera”, isto é, não salva de condenação quem a possua, caso seja
condenado no juízo divino, pelo qual todos havemos de passar. Diz-nos ainda que “quem se fia na riqueza esse
cairá.”
Ou
servimos a Deus ou servimos ao dinheiro. A quem escolheremos servir? Se não é
possível servir a Deus e ao dinheiro, menos ainda será possível amar a Deus e
ao dinheiro. Amando a Deus, não amaremos ao dinheiro, pelo menos não ao ponto
de o idolatrar, pondo-o no lugar de Deus!
Em
sentido inverso, amando o dinheiro, não amaremos a Deus. Eis-nos pois, diante
de duas opções: qual será a nossa? O que pesará mais em nossa balança: o
dinheiro enganador ou o bem verdadeiro? Deus, que nos promete a vida eterna ou
o dinheiro, com o qual podemos comprar neste mundo muitas coisas exceto o que
só Deus nos pode dar?
O
dinheiro há de ser usado, mas nunca amado!
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
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