domingo, 14 de setembro de 2025

                                                                 



SOLENIDADE DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

                                                  14 de setembro

                                                                  Texto bíblico: Jo 3, 13 – 17

                                                                  Dom Samuel OSB

 A Igreja de Cristo, no hino “Vexilla Regis”, um dos mais belos de quantos chegaram até nós, canta em honra da cruz: “Salve ó cruz, única esperança.”

Aprendemos do Sagrado Concílio de Trento que o Senhor Jesus, “por sua santíssima Paixão no madeiro da cruz mereceu-nos a justificação.”

A cruz foi o altar em que o cordeiro de Deus que tira todo pecado do mundo ofereceu ao eterno Pai o único sacrifício expiatório e eficaz em favor da humanidade pecadora que precisava de redenção e salvação.

Na carta aos Colossenses o apóstolo Paulo ensina-nos que “aprouve a Deus fazer habitar em Cristo toda a plenitude e tudo reconciliar por meio dele e para ele, na terra e nos céus, tendo estabelecido a paz pelo sangue de sua cruz.”

Quão digna não é, pois, de veneração a cruz pela qual nos vem a paz celeste de que tanto necessitamos! Grande é o poder da cruz de Cristo, pois segundo o mesmo apóstolo “ele quis  assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz, e reconcilia-lo com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz onde ele matou o ódio.” (Ef 2, 15 – 16)

A cruz foi instrumento de salvação. Nela e por ela consumou-se a paixão do eterno Filho feito homem, o único e excelso sacrifício digno de Deus, o único que ele podia aceitar. Foi por sua morte, no altar da cruz ocorrida, que o Senhor Jesus, salvou-nos, remiu-nos, lavou-nos, justificou-nos e reconciliou-nos com Deus.

A obra da salvação do gênero humano, obra mais admirável e extraordinária do que a própria criação do mundo, foi concluída no altar da cruz, e sem ela, não haveria possibilidade alguma de salvação para o gênero humano, atolado na corrupção do pecado.

Tendo, pois, o Deus Trindade decidido salvar o mundo pelo único e singularíssimo sacrifício oferecido pelo seu dileto filho de uma vez por todas no altar da cruz, não nos podemos furtar à veneração que com toda justiça é devida a cruz do Senhor, pela qual nos veio a salvação.

Eis porque a Igreja canta: “Veneramos tua cruz ó Senhor.” Veneramo-la por causa daquela vítima sacrossanta e sumamente perfeita que nela foi pregada; veneramo-la porque o filho de Deus que nela sofreu e morreu engrandeceu-a extraordinariamente, dando-lhe um valor que até então não tinha nem podia ter de modo algum.

O apóstolo Paulo, enamorado da cruz do seu mestre,  e que sabia muito bem o que a ela devia, escreveu: “Eu por mim nunca vou querer outro título de glória que a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim como eu para o mundo.” (Gl 6, 14)

Neste dia pois, em que a Igreja celebra solenemente a exaltação da santa cruz, lembremo-nos do que Jesus disse: “Quem quiser me seguir, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” Lembremo-nos ainda, afim de termos força de carregar com paciência a nossa, que ele por primeiro e antes de nós carregou a sua, de acordo com o testemunho de Pedro em sua primeira carta: “Ele que, em seu próprio corpo, carregou nossos pecados sobre o madeiro.” (1Pd 2, 24)

Na cruz, Cristo sofreu e morreu! Na cruz, todavia, por causa desta morre e deste sofrimento que nela tiveram lugar, o império do diabo foi destroçado, o mundo salvo, o ser humano reconciliado, as portas do paraíso abertas e a justiça divina aplacada.

Paulo pregou um messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos (1Cor 1, 23), isto é, pregou o mistério da cruz! “Eu, disse ainda ele, resolvi nada saber entre vós a não ser Jesus Cristo e este crucificado.” (1Cor, 1, 22)

Gloriemo-nos, pois, na cruz pela qual fomos salvos. “Salve, ó cruz, única esperança!”


Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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