domingo, 16 de novembro de 2025

 


TRIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO

            DO TEMPO COMUM

                                                                 Texto bíblico: Lc 21, 5 – 19

                                                                  Dom Samuel, OSB 

                                                                  Data: 16 de outubro

 Alguns homens, o evangelista não diz se os mais íntimos ou outros que não eram tanto, falaram a Jesus acerca da ornamentação do templo de Jerusalém, que realmente devia ser esplêndida, com potencial de encher de gozo os olhos de qualquer observador, mesmo que este não fosse um perito em grandes construções arquitetônicas, qual devia ser o famoso templo dedicado ao todo poderoso.

Jesus, porém, conhecendo o futuro que aqueles homens iludidos pela aparência ignoravam, diz-lhes em poucas palavras o que estava reservado aquele imponente monumento: “Do que contemplais, dias virão em que não restará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.” (Lc, 21, v. 5 – 6)

Se neste mundo já houve um lugar que em virtude de sua eminente sacralidade deveria ter sido poupado da ruina por aquele mesmo a quem era dedicado, tal era sem dúvida o célebre templo de Jerusalém, erguido por ordem de Deus que quis nele habitar como numa espécie de residência permanente. No entanto, sequer o templo foi poupado da destruição, vindo abaixo no ano 70, quando o general Tito, reduziu-o sem piedade a um montão de ruínas.

Diz-se que São Jerônimo, o famoso intérprete e tradutor da Bíblia, ao saber da queda de Roma, sem conseguir reprimir as lágrimas e conter a emoção que o invadira, teria exclamado: “Se Roma caiu, o que vai ficar de pé?” Se o templo, casa de oração para todos os povos, espaço sagrado tão caro ao coração do povo escolhido, não se manteve de pé, que é que existe neste mundo, sem excluir o mesmo mundo, que um dia não ruirá irremediavelmente?

Houve quem dissesse e tenha crido que a causa da destruição do templo foi os pecados horrendos que no seu interior eram regularmente cometidos por aqueles que tinham a obrigação moral de zelar pela sua pureza e santidade. Quer isto seja verdade ou não, o fato sabido e inconteste é que não ficou pedra sobre pedra, cumprindo-se a predição feita pelo filho de Deus.

A lição é clara como o sol: não importa quão grande e bela possa ser alguma coisa; não importa que alguém seja rico, poderoso ou famoso. Hora virá para tudo e para todos em que “não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”

Assim como o maior império de todos os tempos um dia caiu e assim como veio abaixo o mais sagrado e o mais suntuoso dos templos antigos, tudo neste mundo e nesta vida caminham a passos ligeiros para sua fatal ruína, não havendo para esta suprema lei exceção de espécie alguma. Roma e o templo de Jerusalém pareciam indestrutíveis, destinados a permanecer para sempre, mas, como não podia deixar de ser, porque o soberano do universo assim o decretara, soou a fatídica hora para uma e outro. E o resultado? “Não ficou pedra sobre pedra. Tudo foi destruído.”

Quando, pois, nos sentirmos tentados a apegar-nos seja lá ao que for que neste mundo exista, lembremo-nos desta palavra da eterna verdade que não mente e a ninguém engana: “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.” Não haverá exceção para ninguém, e coisa ou criatura alguma há de escapar do veredito inapelável.

Do que nós contemplamos agora, “dias virão em que não restará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.” Pensemos sempre nisso!

Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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