TRIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO
DO TEMPO COMUM
Texto bíblico: Lc 21, 5 –
19
Dom Samuel, OSB
Data: 16 de outubro
Jesus,
porém, conhecendo o futuro que aqueles homens iludidos pela aparência
ignoravam, diz-lhes em poucas palavras o que estava reservado aquele imponente
monumento: “Do que contemplais, dias virão em que não restará pedra sobre
pedra. Tudo será destruído.” (Lc, 21, v. 5 – 6)
Se
neste mundo já houve um lugar que em virtude de sua eminente sacralidade
deveria ter sido poupado da ruina por aquele mesmo a quem era dedicado, tal era
sem dúvida o célebre templo de Jerusalém, erguido por ordem de Deus que quis
nele habitar como numa espécie de residência permanente. No entanto, sequer o
templo foi poupado da destruição, vindo abaixo no ano 70, quando o general
Tito, reduziu-o sem piedade a um montão de ruínas.
Diz-se
que São Jerônimo, o famoso intérprete e tradutor da Bíblia, ao saber da queda
de Roma, sem conseguir reprimir as lágrimas e conter a emoção que o invadira,
teria exclamado: “Se Roma caiu, o que vai ficar de pé?” Se o templo, casa de
oração para todos os povos, espaço sagrado tão caro ao coração do povo
escolhido, não se manteve de pé, que é que existe neste mundo, sem excluir o
mesmo mundo, que um dia não ruirá irremediavelmente?
Houve
quem dissesse e tenha crido que a causa da destruição do templo foi os pecados
horrendos que no seu interior eram regularmente cometidos por aqueles que
tinham a obrigação moral de zelar pela sua pureza e santidade. Quer isto seja
verdade ou não, o fato sabido e inconteste é que não ficou pedra sobre pedra,
cumprindo-se a predição feita pelo filho de Deus.
A
lição é clara como o sol: não importa quão grande e bela possa ser alguma
coisa; não importa que alguém seja rico, poderoso ou famoso. Hora virá para
tudo e para todos em que “não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”
Assim
como o maior império de todos os tempos um dia caiu e assim como veio abaixo o
mais sagrado e o mais suntuoso dos templos antigos, tudo neste mundo e nesta
vida caminham a passos ligeiros para sua fatal ruína, não havendo para esta
suprema lei exceção de espécie alguma. Roma e o templo de Jerusalém pareciam
indestrutíveis, destinados a permanecer para sempre, mas, como não podia deixar
de ser, porque o soberano do universo assim o decretara, soou a fatídica hora
para uma e outro. E o resultado? “Não ficou pedra sobre pedra. Tudo foi
destruído.”
Quando,
pois, nos sentirmos tentados a apegar-nos seja lá ao que for que neste mundo
exista, lembremo-nos desta palavra da eterna verdade que não mente e a ninguém
engana: “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”
Não haverá exceção para ninguém, e coisa ou criatura alguma há de escapar do
veredito inapelável.
Do
que nós contemplamos agora, “dias virão em que não restará pedra sobre pedra.
Tudo será destruído.” Pensemos sempre nisso!
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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