SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO
8 de Dezembro
O mundo ainda nem existia e já aquele para quem não existe passado nem futuro, mas apenas um eterno presente, por ser ele o que era, o que é e o que há de vir, te escolhera e predestinara para seres a mãe daquele que viria soerguer o mundo da infeliz prostração em que o pecado de Adão o pusera.
Tu mesma ainda não existias, mas por um insondável desígnio que ultrapassa-nos, Deus viu-te desde sempre, antes que começasses a existir no seio de tua mãe!
Como ele destinou-te e escolheu-te para que tu te tornasses no tempo mãe daquele que o Pai eterno gerou de modo inefável antes de todas as coisas, por isso mesmo ele quis que nascesses sem mancha, toda pura e toda bela, isenta da negra mácula original pela qual todos nós nascemos manchados e condenados.
Sim, ó Maria, era preciso e convinha que viesses ao mundo sem trazeres mancha de espécie alguma, porque quem de ti nasceria para salvar-nos e resgatar a humanidade do cativeiro do pecado e do diabo não tinha pecado algum de que arrepender-se. Poderia acaso o unigênito do Pai, que é todo santo, encarnar-se no seio de uma criatura maculada pela mais leve mancha? Não nos é lícito de modo algum pensa-lo!
Eis porque a Igreja te celebra e exalta como a toda pura a quem o pecado original não atingiu. Se algum pecado tivesse tido, se por alguma falta tivesses sido manchada, o eterno filho do Pai não teria se encarnado em teu seio.
Tu mesma disseste, ó Maria, naquele cântico magnífico que ainda hoje a Igreja canta, que o todo poderoso fez em ti grandes coisas. Uma destas grandes coisas em ti operadas divinamente foi sem dúvida ter ele te preservado desde o primeiro instante de tua sagrada concepção da mancha original. Dissestes também, repleta de Deus, que todas as nações proclamar-te-iam bendita. E por que senão por teres sido concebida sem pecado?
Isabel, tua parenta, disse iluminada pelo Espírito, que tu eras bendita entre todas as mulheres. Não o teria dito se não tivesses sido agraciada por Deus como nenhuma outra criatura antes de ti o fora e como nenhuma outra o seria depois de ti.
E todos quantos na sucessão dos séculos já transcorridos celebraram os louvores que a ti são mais que devidos, ó santa mãe do nosso Deus, o fizeram porque estiveram firmemente convencidos de que tu nasceste sem mancha, viveste sem pecar e morreste cheia da graça daquele que fez de ti a mais formosa e a mais rica de todas as criaturas que neste mundo surgiram.
Ó Maria, tu que foste concebida sem pecado, digna-te pedir por nós, miseráveis pecadores desterrados neste exílio cheio de perigos, que recorremos confiantes a tua poderosíssima e sempre eficaz intercessão materna. Amém.
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