domingo, 18 de maio de 2025

 



                                                       QUINTO DOMINGO DA PÁSCOA

 

                                                                    Texto bíblico

                                                                    Dom Samuel Dantas 0SB 

                                                                    Data: 18 de maio

 

Não são poucas as pessoas que recusam o Cristianismo por causa destas palavras de Cristo, lidas neste domingo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, julgando-as impraticáveis e até contrárias à natureza. Julgam alguns ser possível amar a umas poucas pessoas as quais estamos unidos por algum tipo de vínculo especial ou aquelas com as quais de algum modo nos identificamos por termos algo em comum com elas. Amar, porém, a todos, e o que parece ainda mais dificultoso, amar como Cristo amou, parece-lhes algo de impossível execução. Eis porque rechaçam o Cristianismo como impossível.

À primeira vista pode parecer que tais pessoas tenham alguma razão, sobretudo se considerarmos que levam em conta apenas as poucas forças de que o ser humano dispõe para cumprir o mandamento de Cristo. Quanto a isso, tais pessoas tem toda razão e não se pode deixar de concordar com elas. Somente para a natureza, se torna impossível.

Quem, todavia, disse: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” é maior do que a natureza, porque é Deus, e além disso prometeu: “pedi e recebereis” Se, pois, Cristo deu-nos este mandamento, dar-nos-á também os meios de o colocar em prática, pois não nos teria ordenado algo que não pudesse ser praticado de maneira nenhuma.

O apóstolo Paulo escreveu que “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Na Trindade, o Espírito é o amor do Pai e do Filho que procedendo eternamente de ambos, dá as criaturas o poder de cumprirem o mandamento novo do amor. Novo, porque Cristo é o homem novo, oposto ao velho Adão, cujo pecado precipitou-nos na morte; novo porque o Evangelho está acima da lei antiga; novo porque as exigências de Cristo são maiores e mais radicais do que aquelas que encontramos na lei de Moisés.

Não foi sem razão que Paulo escreveu que aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei e que a caridade é o pleno cumprimento da lei. Trata-se, pois, de nos amarmos uns aos outros não por causa de uma simpatia recíproca ou por afinidades de qualquer ordem, mas em Deus e por causa de Deus. E se alguém quiser saber como se há de amar, ouça Cristo: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida em favor daqueles que ama.”

Cristo amou-nos quando não merecíamos ser amados; deu sua vida na cruz para salvar-nos quando apenas morte e eterna condenação merecíamos e para dizer tudo com São Paulo, “morreu por nós quando éramos ainda pecadores.”

Amou-nos assim quem neste domingo nos exorta: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei. A caridade para com nossos semelhantes é a marca distintiva do cristão, o atestado maior de sua pertença a Cristo, de tal modo que pelo amor há de ser reconhecido como discípulo daquele, cuja essência, é amor. Cristo é amor e quem ama permanece em Cristo e Cristo permanece nele.

“Amai-vos uns aos outros com constância.” (1Pd 1, 22) “Amemo-nos uns aos outros.” (1Jo 4, 7) “Pois tal é a mensagem que ouvimos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.” (1Jo 3, 11) “amemo-nos uns aos outros.” (2Jo 1, 5)

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