quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Ciclo de Reis em Juazeiro inicia-se neste 15 de dezembro com Cortejo Cultural
domingo, 7 de dezembro de 2025
2º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO
Texto bíblico
7 de dezembro de 2025
Dom Samuel Dantas, OSB
Quem neste domingo se dirige a nós não é Cristo, mas aquele que foi enviado diante dele para preparar-lhe o caminho e de quem o mesmo Cristo deu testemunho ao dizer: “Dentre os nascidos de mulher não há ninguém maior do que João Batista”.
Séculos
antes, Isaías também dele falara ao dizer: “Uma voz clama no deserto: preparai
o caminho do Senhor, endireitai suas veredas”. Sobre João há ainda o que o anjo
Gabriel disse a seu pai: “Ele será grande perante o Senhor. Será repleto do
Espírito desde o seio de sua mãe”. Lc 1, 15 e ss) O povo tinha João na conta de
profeta e até o ímpio Herodes o escutava e o protegia, considerando-o justo e
santo.
Que
nos diz tão grande homem neste domingo? “Convertei-vos, o reinado dos céus
aproximou-se.” (Mt 3, 2) O senhor Jesus, depois que João foi entregue, disse a
mesma coisa: “Cumpriu-se o tempo, e o reinado de Deus aproximou-se:
convertei-vos e crede no Evangelho”. (Mc 1, 14 – 15)
João
e Jesus, senhor e servo, criador e criatura, a voz e a palavra proclamam a
mesma mensagem: “convertei-vos porque o reinado dos céus aproximou-se.”
Vejamos
agora de que reino o santo precursor do Senhor estava falando e para entrar no
qual é preciso que nos convertamos. Disse Jesus: “Buscai primeiro o reino de
Deus”. (Lc 12, 31) “Sabei: o reinado de Deus chegou”. (Lc 10, 11) “Não temas,
foi do agrado do vosso Pai dar-vos o reino”. (Lc 12, 32) ‘O reinado de Deus
está entre vós”. (Lc 17, 21) “O reinado de Deus está próximo”. (Lc 21, 31) “A
menos que nasça de novo ninguém pode ver o reino de Deus”. (Jo 3, 3)
Antes
de Cristo falaram os profetas deste reino que jamais terá fim. Baste-nos aqui o
testemunho do profeta Daniel a quem foram reveladas muitas coisas sobre o tempo
do fim: “O Deus do céu levantará um reino que não terá fim”. (Dn 2, 44)
Ora,
tal reino só pode ser o reino de Deus do qual Jesus tantas vezes falou em sua
pregação.
Depois
de Jesus também os apóstolos falaram abundantemente deste celeste reino. “É
necessário, lê-se no livro dos Atos, que passemos por muitas tribulações para
entrar no reino de Deus”. (Atos 14, 22)
Paulo
nos ensina que este reino não consiste em comida nem em bebida como tampouco em
palavras. (Rm 14, 17 e 1Cor 4, 20) Alerta-nos também, que certos pecadores nele
não entrarão. (1Cor 6, 9)
“O
reinado dos céus aproximou-se” porque o Filho eterno de Deus se fez homem e
habitou entre nós; aproximou-se porque o eterno desceu a terra para ser o
caminho pelo qual os seres humanos pudessem chegar ao reino que Deus preparou
para aqueles que o amam. “Vinde benditos de meu Pai, dirá Jesus no dia do juízo
aos que estiverem a sua direita: “recebei em herança o reino que foi preparado
para vós desde a fundação do mundo”. (Mt 25, 34)
Para
nesse reino entrarmos precisamos nos converter. O apelo, pois, que se nos
dirige neste domingo por meio da palavra de João é: “convertei-vos”! Queremos, entrar
no reino dos céus? Convertamo-nos!
Eis
aí diante de nós o régio caminho que precisamos percorrer na fé para entrar
neste reino que não terá fim e para o qual Deus sem cessar nos chama. Ouçamos o
profeta Isaías: “Que o mau abandone o seu mau caminho. Que ele retorne para o
Senhor”. ( Is 55, 7) Ouçamos Jeremias: “Convertei-vos cada um de sua conduta
malvada, do seu agir perverso.” (Jr 25, 5) Ouçamos, Cristo: “Se não vos
converterdes e não vos tornardes como crianças não entrareis no reino dos céus”.
(Mt 18, 3)
Por
fim, convertamo-nos ao Deus que nos criou e salvou enquanto ainda há tempo,
pois após a morte ninguém pode converter-se. Aproveitemos o tempo da
misericórdia que Deus nos tem dado para converter-nos e ponhamos em prática sem
demora o que hoje João nos diz com possante voz de trombeta do céu: “Convertei-vos.
O reino dos céus aproxima-se”.
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
sábado, 6 de dezembro de 2025
O Brasil acaba de lançar o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), durante a COP30
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
20 anos da Romaria Eterna de Mons Murilo - Eterno Vigário do Nordeste, neste 04 de dezembro de 2025
domingo, 30 de novembro de 2025
PRIMEIRO
DOMINGO DO ADVENTO – ANO LITÚRGICO A
Texto bíblico: Mt 24, 37
– 44
Data: 30 de novembro
Dom Samuel Dantas, OSB
Nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, fala-nos neste primeiro domingo do tempo
litúrgico do Advento de dois tempos distintos. Primeiro se refere ao passado:
“Tal como foram os dias de Noé” (cap. 24, verso 37) para logo em seguida falar
do futuro: “Assim será a vida do filho do homem”. (verso 37 de novo) “Foram”
indica o que já foi e “será” o que está por vir.
Estas
expressas palavras constituem a máxima prova de que o dilúvio universal narrado
em Gênesis não é mito simbólico nem mera ficção poética como pensam, alguns,
mal informados, senão que trata-se de um evento histórico realmente ocorrido,
ainda que não seja possível precisar com exatidão matemática a data exata em
que se deu. Fosse outro o caso, e Jesus não teria estabelecido uma comparação
entre ele e sua futura vinda na glória. Mas, por que razão terá o Senhor Jesus
comparado uma ocorrência passada com algo que só se vai realizar no futuro?
Talvez porque, é lícito pensa-lo a partir das suas próprias palavras, as
pessoas do tempo em que viveu Noé viveram exatamente como viverão as pessoas
que aqui estiverem quando Cristo vier para julgar o mundo, e como aliás,
poder-se-ia acrescentar, tem vivido muitas pessoas nos dias de hoje.
Não
é tão difícil saber como foram os dias de Noé. Basta abrirmos o livro do
Gênesis e aí encontraremos a resposta. “O Senhor viu que a maldade do homem se
multiplicava na terra: o dia todo seu coração não fazia outra coisa senão
conceber o mal”. (Gn 6, 5) Um pouco adiante se lê: “Deus olhou a terra e a viu
corrompida, pois toda carne tinha pervertido sua conduta na terra”. (Gn 6, 12)
Eis aí em que pé as coisas estavam nos dias de Noé, e como elas certamente
estarão quando Cristo voltar, já que ele mesmo disse: “Tal como foram nos dias
de Noé, assim será a vinda do filho do homem”. Leia-se, pois, o que a Escritura
declara sobre o tempo de Noé e aplique-se sem tirar nem pôr aos últimos tempos!
Os
homens e as mulheres de hoje acaso não comem, bebem, casam-se e se dão em
casamento? Isto é o que faziam os seres humanos no tempo em que o patriarca Noé
viveu; isto é o que farão os do tempo futuro quando o Senhor aparecer no céu
revestido de glória e majestade, e isto enfim, é o que estão fazendo quase
todos nesta época.
O
Senhor Jesus exorta-nos hoje a que vigiemos, porque, diz-nos ele, “não sabeis o
dia em que vosso Senhor virá”. (cap. 24, verso 42) Nosso Senhor é Cristo e sua
futura vinda é mais certa do que qualquer tipo de certeza que se possa alcançar
neste mundo e nesta vida. Nós não sabemos o dia em que nosso Senhor virá como
tampouco sabemos o dia em que nós iremos a ele quando soar para nós a hora
derradeira. Bem pode ser que nós não estejamos mais aqui quando do seu retorno,
mas é impossível não irmos a ele, dado que todos sem exceção temos de morrer.
Não sabendo, pois, o dia em que virá quem prometeu que um dia voltaria, é bom e
salutar pensarmos que talvez hoje ou amanhã teremos de partir desta que se
acaba para a que não passa nunca. Não sabemos o dia em que ele virá, mas
sabemos pela fé e pela divina Revelação que há de vir, conforme professamos no
Credo: “donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. Não sabemos o dia em
que nós iremos, mas temos certeza de que mais dia menos dia chegará a nossa vez
de ir.
“Estai
preparados, conclui Jesus, pois numa hora que não pensais é que vem o filho do
homem”, ele próprio. As pessoas do tempo de Noé, das quais disse Jesus que
comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, de nada suspeitavam até que
veio o dilúvio que sepultou a todas na eterna escuridão. Pelo testemunho da
Escritura que não mente nem engana sabemos que daquela terrível catástrofe
apenas oito pessoas foram salvas. É evidente não haver problema de espécie
alguma em comer, beber, casar-se e dar-se em casamento. Se, todavia, limitarmos
nossa vida neste mundo a tão pouco como muitos fizeram, farão e continuam
fazendo atualmente, corremos o risco de ficar para trás. Tal não permita aquele
que “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”. (1Tm
2,4) que é Cristo, o qual, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina agora e
para sempre. Amém.
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
domingo, 23 de novembro de 2025
SOLENIDADE DE CRISTO, REI DO UNIVERSO
Texto bíblico: Lc 23, 35
– 43
Data: 23 de novembro
Dom Samuel, OSB
Não
houve, não há e nunca haverá neste mundo rei que não teve, tenha e terá coroa,
cetro, reino e exército numeroso ao seu dispor. O rei, porém, cuja realeza
gloriosa a Igreja hoje celebra por toda a terra não teve nada do que possuem os
reis da terra. Se, pois, Cristo Jesus senhor nosso em momento algum de sua
curta vida não possuiu nenhum destes adereços pomposos que são usados pelos
reis deste mundo, como então haveremos de entender o sentido da solenidade
litúrgica que hoje se celebra, nosso Senhor Jesus Cristo, rei do universo?
Que
Cristo seja rei infere-se da Escritura. Lê-se em um Salmo: “Deus é rei e se
vestiu de majestade; revestiu-se de poder e de esplendor”. Ora, se Deus é rei e
se Cristo é Deus, conforme no-lo atestam várias passagens do Novo Testamento, segue-se
como conclusão necessária e rigorosa que Cristo, cuja divindade a Igreja
confessa no Credo e proclama na Liturgia é ele próprio “rex sempiternus”, isto
é, rei eterno. Se o é, nada mais natural que a Igreja, seu corpo, lhe dedique
uma festa em que se destaca, celebra e exalta o admirável mistério de sua
universal realeza.
Entende-se
que Cristo não seja rei ao modo dos reis deste mundo quando se pensa e
considera no que ele disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo”. Se o seu
reino não é deste mundo, sua realeza em nada se parece com a dos reis da terra,
destinada alias a passar. Eis porque ele não é rei do modo como o são os
potentados terrenos. Com efeito, todo rei mortal começa a reinar em um dado
momento de sua vida e deixará de ser rei quando a morte o vier buscar. No caso
de Cristo, posto que ele é Deus, sempre foi rei, é rei e seguirá sendo rei para
sempre. Seu reino não é deste mundo, porque como jamais teve início, tampouco
terá fim.
O
santo profeta Daniel, inspirado por Deus, referiu-se a um reino que “jamais
será destruído e cuja realeza não será deixada a outro povo”. (Dn 2, 44) Ainda
sobre a realeza do Deus feito homem, lê-se no mesmo profeta: “sua realeza é uma
realeza eterna; todas as soberanias o servirão e a ele obedecerão”. (Dn 7, 27)
O autor da carta aos Hebreus escreveu: “Nós recebemos um reino inabalável”. (Hb
12, 28) o qual outro não pode ser senão aquele que tem a Cristo como rei. De
fato, ele é rei de um reino que não passará. É para este celeste reino que
somos chamados de acordo com Paulo: “Deus que vos chama a seu reino e sua
glória”. (1Ts 2, 12)
Cristo
é chamado por Paulo em sua primeira carta a Timóteo de “rei dos reis e Senhor
dos Senhores”. (1Tm 6, 15) “Ele é o rei dos séculos”, lê-se na mesma carta. (1
Tm 1, 17) Não menos claro é o testemunho do Apocalipse: “O cordeiro (Cristo) os
vencerá, pois é Senhor dos Senhores e rei dos reis”. (Ap 17, 14) “Sobre seu
manto e sobre sua coxa traz inscrito um nome: rei dos reis e senhor dos
senhores”. (Ap 19, 16) No livro dos oráculos do profeta Jeremias lemos: “O
Senhor Deus é verdade, ele é o Deus vivo, rei para sempre”. (Jr, 10, 10) Cristo
disse: “Eu sou a verdade”. Logo tais palavras aplicam-se com toda propriedade
ao Senhor Jesus, rei para sempre.
Ao
falar sobre o juízo futuro, disse Cristo, segundo o evangelista Mateus: “Quando
o filho do homem vier em sua glória (o filho do homem é ele).Então o rei (Cristo
se chama de rei)...(Mt 25, 31 – 34)
Um
dos ladrões, suspenso com Cristo na cruz e padecendo a mesma pena, disse a
Jesus: “Lembra-te de mim quando vieres como rei”. Admirável confissão da
realeza de Cristo. Pilatos também a reconheceu quando disse aos Judeus: eis o
vosso rei.
Celebremos,
pois, com fervor, a realeza de nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina com
o Pai e o Espírito Santo, único Deus por todos os séculos dos séculos. Amém.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Exibição do espetáculo teatral Padre Cicero : A vida de um santo do povo no pátio do Santuário Nossa Senhora das Dores às 20 hs do dia 20 a 23 de novembro
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
COP30 -Especialistas fazem previsão: qual será o maior desafio ambiental da Terra nos próximos 25 anos?
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Justiça manda implantar imediatamente a linha de onibus no Horto
A inauguração do maior monumento do mundo em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, no Crato ganhou repercussão na imprensa internacional.
domingo, 16 de novembro de 2025
TRIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO
DO TEMPO COMUM
Texto bíblico: Lc 21, 5 –
19
Dom Samuel, OSB
Data: 16 de outubro
Jesus,
porém, conhecendo o futuro que aqueles homens iludidos pela aparência
ignoravam, diz-lhes em poucas palavras o que estava reservado aquele imponente
monumento: “Do que contemplais, dias virão em que não restará pedra sobre
pedra. Tudo será destruído.” (Lc, 21, v. 5 – 6)
Se
neste mundo já houve um lugar que em virtude de sua eminente sacralidade
deveria ter sido poupado da ruina por aquele mesmo a quem era dedicado, tal era
sem dúvida o célebre templo de Jerusalém, erguido por ordem de Deus que quis
nele habitar como numa espécie de residência permanente. No entanto, sequer o
templo foi poupado da destruição, vindo abaixo no ano 70, quando o general
Tito, reduziu-o sem piedade a um montão de ruínas.
Diz-se
que São Jerônimo, o famoso intérprete e tradutor da Bíblia, ao saber da queda
de Roma, sem conseguir reprimir as lágrimas e conter a emoção que o invadira,
teria exclamado: “Se Roma caiu, o que vai ficar de pé?” Se o templo, casa de
oração para todos os povos, espaço sagrado tão caro ao coração do povo
escolhido, não se manteve de pé, que é que existe neste mundo, sem excluir o
mesmo mundo, que um dia não ruirá irremediavelmente?
Houve
quem dissesse e tenha crido que a causa da destruição do templo foi os pecados
horrendos que no seu interior eram regularmente cometidos por aqueles que
tinham a obrigação moral de zelar pela sua pureza e santidade. Quer isto seja
verdade ou não, o fato sabido e inconteste é que não ficou pedra sobre pedra,
cumprindo-se a predição feita pelo filho de Deus.
A
lição é clara como o sol: não importa quão grande e bela possa ser alguma
coisa; não importa que alguém seja rico, poderoso ou famoso. Hora virá para
tudo e para todos em que “não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”
Assim
como o maior império de todos os tempos um dia caiu e assim como veio abaixo o
mais sagrado e o mais suntuoso dos templos antigos, tudo neste mundo e nesta
vida caminham a passos ligeiros para sua fatal ruína, não havendo para esta
suprema lei exceção de espécie alguma. Roma e o templo de Jerusalém pareciam
indestrutíveis, destinados a permanecer para sempre, mas, como não podia deixar
de ser, porque o soberano do universo assim o decretara, soou a fatídica hora
para uma e outro. E o resultado? “Não ficou pedra sobre pedra. Tudo foi
destruído.”
Quando,
pois, nos sentirmos tentados a apegar-nos seja lá ao que for que neste mundo
exista, lembremo-nos desta palavra da eterna verdade que não mente e a ninguém
engana: “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”
Não haverá exceção para ninguém, e coisa ou criatura alguma há de escapar do
veredito inapelável.
Do
que nós contemplamos agora, “dias virão em que não restará pedra sobre pedra.
Tudo será destruído.” Pensemos sempre nisso!
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Inauguração do Monumento de Nossa Senhora de Fátima na cidade do Crato
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
2ª Passagem da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima por Juazeiro e região do Cariri
Registros da primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Juazeiro do Norte, em 1953.
domingo, 9 de novembro de 2025
DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO
Texto bíblico: Jo 2, 13 –
22
Data: 9 de novembro
Dom Samuel OSB
Celebra-se
hoje a dedicação da Basílica do Latrão, construída pelo imperador Constantino,
mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade de Roma e do mundo, catedral do
Papa.
Se
a Igreja universal celebra festivamente a igreja do Papa, sucessor de Pedro,
parece-me que seria muito natural que a passagem evangélica deste domingo fosse
aquela em que Cristo disse a Pedro que sobre ele edificaria a sua igreja,
dando-lhe então de maneira simbólica as chaves do reino dos céus. No entanto, a
Igreja põe diante dos nossos olhos a passagem que refere a expulsão dos
vendilhões que haviam convertido o templo de Jerusalém, figura da Igreja, num
antro de bandidos.
Aparentemente,
pois, o texto proposto parece impróprio para a festa que hoje se celebra. Se,
todavia, olharmos para a história da Igreja, não podemos deixar de reconhecer
que em certos momentos sombrios convém-lhe.
Jesus,
tendo feito um chicote com cordas, expulsou do templo vendedores de bois, de
pombas e de ovelhas bem como a cambistas que ali se haviam instalados,
espalhando o dinheiro e derrubando suas mesas.
Facilmente
se compreende esta atitude de Jesus se se pensa em quem ele era e se consideramos
o que o templo, em cujo interior absurdos estavam ocorrendo – significava à
época. Se o templo era dedicado e consagrado a Deus, e sendo Jesus Deus, era
muito natural que se indignasse com o que nele estava ocorrendo.
Lê-se
no 23º capítulo do segundo livro dos Reis que o pio rei Josias “ordenou ao sumo
sacerdote, aos segundos sacerdotes e aos guardas do limiar que mandassem
retirar do templo do Senhor todos os objetos fabricados em honra de baal, de
Asherá e de todo o exército celeste”. (2Rs 23, 4) Se pois, um rei mortal,
ordenou que assim se fizesse, porque não convinha que certas coisas estivessem
num espaço reservado e dedicado ao culto do único e verdadeiro Deus, o que havia de fazer o
homem-Deus quando encontrou o templo que também lhe era dedicado infestado de
compradores e vendedores senão o que fez?
Não
nos deve causar nenhuma estranheza que Cristo tenha encontrado no templo de
Jerusalém, vendedores e cambistas, porque em sua Igreja, nas épocas mais
sombrias, haveria vendedores e compradores de dignidades eclesiásticas, sem
excluir a maior delas.
Quem
conhece um pouco da história da Igreja, o novo templo de Deus, a construção
espiritual erguida por Cristo para nela habitar e por meio dela iluminar e
santificar o mundo, não ignora que no passado houve quem a quisesse converter
numa casa de negócios. Dentro dela muita coisa foi comprada e muita coisa foi
vendida a preço de ouro ou quem sabe até por preço módico!
Sabemos
pelo Segundo livro dos Macabeus que dois homens indignos compraram por dinheiro
a dignidade de sumo sacerdote. Se tais coisas indecentes sucederam no seio do
povo da primitiva aliança, também ocorreram na história da Igreja que o Senhor
Jesus fundou.
O
evangelista Lucas relata nos Atos dos Apóstolos que um certo Simão quis comprar
com dinheiro o dom de Deus, que é o Espírito Santo, para que aqueles a quem ele
impusesse as mãos o recebessem. “Mas Simão, quando viu que o Espírito Santo era
dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro. Concedei-me,
disse, a mim também este poder, afim de que aqueles a quem eu impuser as mãos
recebam o Espírito Santo”. (Atos, cap. 8, v. 18 – 19)
Quando
o Senhor Jesus expulsou com um chicote de cordas as pessoas que comercializavam
no templo apenas fez o que era preciso fazer. Agiu como Deus ofendido pela
depravação humana!
Escreveu
o apóstolo Paulo: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós? Se alguém destrói o
templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e esse templo
sois vós”. (1Cor 3, 16 – 17). É certo que neste templo que somos nós há sem
dúvida vendedores de bois, de pombas e cambistas, isto é, orgulho, vaidade,
ambição, maledicência, falsidade, para só ficarmos com algumas coisas de que
todos nós estamos cheios. Roguemos, pois, a Cristo, que outrora entrou no
templo de Jerusalém, que entre no templo que somos nós e dele expulse tudo o que
de menos digno aí encontrar. Entra Senhor, nós te pedimos e expulsa com teu
divino poder quem nos tem prejudicado. Aqueles homens converteram o templo de
Deus em um antro de bandidos. Nós, porém, podemos converter o templo de Deus
que somos nós em algo incomparavelmente pior.
Cuidemos
com desvelo deste templo que somos nós para que não nos suceda se torne ele um
covil de ladrões, um antro de bandidos!
Se
Jesus, sempre tão manso e tão misericordioso chegou a fazer uso do chicote,
derrubando mesas e expulsando aqueles homens do templo, o que não deve ter
sentido quando viu com seu divino olhar que tudo abarca homens no interior de
sua Igreja comprando e vendendo! Se Jesus expulsou do templo de Jerusalém
homens que compravam e vendiam animais irracionais, que não fará ele com
aqueles que talvez pensem no seu íntimo que a casa de oração para todos os
povos não passa talvez de um balcão de negócios onde tudo pode ser comprado e
vendido por dinheiro? O templo de Deus, isto é, a sua Igreja, é santo e como lugar
santo, onde Deus habita, há de ser respeitado.
Postado por Terezaq Neuma Macedo Marques.


.jpg)














































